Tuesday, May 02, 2006

E alguma coisa o vento levou

Foi com a notícia da hipotética ida de Luís Felipe Scolari para a selecção inglesa que me deitei naquela noite. Estava cansada e tinha acabado de colocar alguma roupa no arame a secar. Mais valia ter ficado quieta!

Parecia já ser bastante de madrugada quando algo me acordou subitamente e me deixou sem saber o que se estava a passar. Que teria acontecido para acordar daquela maneira? Deu a sensação de ter sido acordada por um estrondo violento. Terei sonhado? Levantei-me e sentei-me na cama tentando perceber aquela estranha sensação que me invadia. Algo estava ali a acontecer. O clima estava misterioso. Aparentemente as coisas estavam calmas e agitadas ao mesmo tempo. Um estrondo forte vindo do quarto em frente acabou com todas as dúvidas. Tinha-se levantado um terrível vendaval. Alguma coisa estava a bater do outro lado e algumas coisas estavam a tombar. Teria deixado a janela da cozinha aberta? Estive para lá ir ver, mas fiquei onde estava. Outra rajada, outro estrondo a cortar o silêncio. Voltei a ficar imóvel. Se me tivesse levantado teria impedido o que aconteceu ou já era tarde? A minha senhoria foi então fechar a janela depois de outra rajada de vento ter feito um enorme estardalhaço no quarto. O resto da noite foi passada em claro a ouvir o vento a uivar à janela. Já agora a minha roupa tinha sido arrastada e espalhada pela rua fora.

O despertador tocou logo quando eu tinha pegado no sono. Havia que começar mais um dia igual a tantos outros. O Sol já brilhava e já se fazia sentir que o dia iria ser escaldante. Abri a janela e constatei que, aparentemente, não me faltava nenhuma peça de roupa. Enganei-me.

Tivemos dose extra de Informática. Voltei a pegar naquele texto- aquela extraordinária obra prima que eu comecei em Outubro do ano passado e que vai sendo acrescentada sempre que há tempos mortos nas aulas. E se eu mandasse aquele texto para o concurso de leitura da ACAPO? Imaginar esse cenário fez me rir bastante e aos meus colegas também. É que aquele texto tem um conteúdo...Não! Não tem nada que não se possa ler. Apenas foi sendo escrito á medida que foram acontecendo certas coisas. Agora, se eu for ler uma parte desse texto que eu escrevi no início, só com um grande esforço de memória é que entendo porque é que escrevi aquilo. É o caso de uma manhã muito fria que eu a certa altura descrevo. Lembro-me que escrevi aquela parte numa manhã fria também.

Finalmente e após muitos dias de trabalho árduo, muitas mãos tingidas, muita cola entornada em cima das mesas e muita troca de materiais, o nosso Sistema Solar foi concluído. O problema agora era onde o colocar de forma a ele não se danificar. Depois de vermos aquilo pronto, ficámos todos contentes. Foi um peso que nos saiu de cima!

O programa de treinos tinha de ser ligeiro. Era véspera de prova e eu não estou a 100% nem perto. Ia ser um treino mais virado para a corrida ligeira e para os alongamentos. A prova era para ser feita a dar o máximo que se tivesse para dar.

A roupa já devia estar pronta para apanhar. O dia tinha sido quente e o vento também fez com que a humidade desaparecesse...e alguma roupa também. De manhã não reparei bem. Tinha lavado dois pijamas , mas só um é que estava completo. As calças de um deles voaram durante a noite e estariam agora a quilómetros. Ainda andei à procura delas. É engraçado que fui por um lado da casa e voltei pelo outro para encarar sempre as escadas a subir. É que de escadas a descer já eu me tinha fartado. Já vão ver!

Situação do dia:
E depois do chuveiro fechado, as luzes apagadas! Elas são tantas que às vezes se esquecem de as acender. Vinha a Rapariga das Calças Vermelhas e T-Shirt Branca a caminho do balneário depois de terminado mais um treino. A escuridão no corredor era ainda mais acentuada pelo facto de os olhos virem habituados á rua. A Grã Toupeira viu uma luz e seguiu em direcção a ela. Não cortou para os balneários. Só que essa luz era a da entrada e havia quatro degraus a descer. A Rapariga das Calças Vermelhas e T-Shirt Branca só sentiu o chão a mover-se debaixo dos seus pés e pensou logo que se ia espalmar lá em baixo enquanto punha os pés nos degraus de forma desordenada. O que poderia ter sido uma queda monumental acabou por ser uma incrível proeza: aterrar direita como num salto em comprimento. Subi as escadas a rir até não poder mais. Se quisesse fazer aquilo de propósito não conseguia. Ainda hoje penso como fui capaz de fazer aquilo. Talvez tenha sido obra do instinto.

Bacorada do dia:
“Já estamos quase no final de Fevereiro.” (28 de Abril de 2006, sensivelmente 17.00h)

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