Sunday, May 07, 2006

Incompreendida

Nem sempre a vida é fácil e nem sempre estamos dispostos a encarar tudo o que nos rodeia. Quando se tem um problema, as coisas tornam-se mais difíceis e, em certos momentos a vida parece não ter sentido.

Isso acontece muitas vezes comigo. As pessoas não compreendem que uma pessoa que tem limitações e a quem a vida tira em vez de dar precisa de mostrar que tem algo para dar à sociedade, que sabe fazer algo muito bem e que gosta de fazer isso e não outra coisa. As pessoas acham que essa atitude é uma falta de respeito para com os outros e não compreendem o que eu sinto realmente.

E a mim quem me respeita? Que dizer de uma pessoa a quem o destino roubou a pouca felicidade que lhe restava? Que dizer de uma criatura que viu todos os sonhos se desfazerem quando tudo estava a correr bem? Que dizer de alguém sem sorte que não pode estar feliz cinco minutos que logo acontece algo que a deixa triste por cinco dias?

Por mais que não queira, tenho de me revoltar contra todos e contra ninguém por não me darem a oportunidade de mostrar que sirvo para algo. Muitos dos meus colegas podem não saber tanto como eu, mas eu não sei tanto como eles noutras coisas e ninguém se preocupa com isso. Não me adianta saber muito, se chego a qualquer lado e não posso demonstrar aquilo que eu sei e que é a única coisa que me faz- não sentir superior- mas sentir-me igual aos outros. Isso é que as pessoas não compreendem e interpretam mal. Isso deixa-me mais magoada ainda. Sem querer as pessoas magoam-me com simples coisas que não magoam mais ninguém. Mas eu compreendo que ninguém tem a intenção de magoar . Por tudo o que passei ao longo destes anos tornei-me vulnerável e cada palavra ou cada acto- mesmo que não seja intencional- fere de forma mais cruel que uma faca afiada nas costas.

Vingo-me nos treinos onde eu tenho de recuperar o tempo perdido. Depois do treino insólito da véspera, (ver texto “Corrida radical”) , fiz um treino intenso com 30 minutos de corrida contínua e 6 rectas. Dia 13 há prova e eu tenho de fazer melhor que no outro dia.

Bacorada do dia:
“Não andei mais porque estava um estádio estacionado.” (um carro, claro está.)

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