Sunday, November 17, 2024

“Braille Sem mestre” (impressões pessoais)

 

Um pequeno texto para  elucidar o público sobre as especificidades da grafia Braille.

 

Por acaso eu não domino o Braille. Sei as letras. Consigo ler palavras e frases curtas mas não consigo ler fluentemente.

 

Em 2005 até aprendi mas continuei a escrever e a ler a tinta. Depois quando perdi a  visão já havia alternativas, a tecnologia já estava mais avançada e já havia outras opções . Para ler livros, o Braille não é muito prático mas, na altura, era quase a  única forma de se ter acesso à cultura. Com o avanço dos smartphones e outros aparelhos que  permitem ler ficheiros de texto normal, sobretudo quem perdeu a visão mais tarde, como é o meu caso, não sente a necessidade de aprender o Braille hoje como há vinte anos atrás.

 

Eu hoje escrevo no computador, com o desenvolvimento dos leitores  de ecrã e tenho uma aplicação para ler livros  no telemóvel. É bem mais prático.

 

Para quem já nasceu cego, não resta alternativa se não aprender o Braille para conseguir perceber como se escrevem as palavras, coisa que eu adquiri no passado, pois, apesar de ter nascido com deficiência visual, fiz todo o meu percurso académico a ler a tinta ou a negro. Tendo hábitos de leitura e de escrita diários, essa  perceção da escrita das palavras continua intacta cinco anos volvidos do dia em que vi uma palavra escrita a tinta  pela última vez.

 

Fica aqui a curiosidade deste pequeno manual.

 

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