Um pequeno texto para elucidar o público sobre as especificidades da grafia Braille.
Por acaso eu não domino o Braille. Sei as letras. Consigo ler palavras e frases curtas mas não consigo ler fluentemente.
Em 2005 até aprendi mas continuei a escrever e a ler a tinta. Depois quando perdi a visão já havia alternativas, a tecnologia já estava mais avançada e já havia outras opções . Para ler livros, o Braille não é muito prático mas, na altura, era quase a única forma de se ter acesso à cultura. Com o avanço dos smartphones e outros aparelhos que permitem ler ficheiros de texto normal, sobretudo quem perdeu a visão mais tarde, como é o meu caso, não sente a necessidade de aprender o Braille hoje como há vinte anos atrás.
Eu hoje escrevo no computador, com o desenvolvimento dos leitores de ecrã e tenho uma aplicação para ler livros no telemóvel. É bem mais prático.
Para quem já nasceu cego, não resta alternativa se não aprender o Braille para conseguir perceber como se escrevem as palavras, coisa que eu adquiri no passado, pois, apesar de ter nascido com deficiência visual, fiz todo o meu percurso académico a ler a tinta ou a negro. Tendo hábitos de leitura e de escrita diários, essa perceção da escrita das palavras continua intacta cinco anos volvidos do dia em que vi uma palavra escrita a tinta pela última vez.
Fica aqui a curiosidade deste pequeno manual.
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