Ainda no seguimento do post anterior, o meu subconsciente
resolveu guardar a informação da escrita daquele texto e condimentou-a com os
apelos dos jogadores da Primeira Liga que estão a passar no Canal 11 para que
os adeptos não se juntem à porta dos recintos desportivos ou dos locais de
estágio dos jogadores.
Pois bem, eu sonhei que esperava o Rio Ave…em casa dos meus
pais. Os sonhos são mesmo assim!
Tinham vindo jogar perto e o autocarro ficava no pátio.
Provavelmente até lá cabe um autocarro, digo eu. A saída de segurança fazia-se
pelo escritório. Se calhar foi aberta uma porta para o pátio lá dentro. Agora,
com esta pandemia, houve obras em muitos locais. Inclusive o Rio Ave teve de
fazer obras no estádio.
Eu via-os passar de longe, respeitando as medidas de
distanciamento. Ao mesmo tempo, a vontade de ver de perto o Taremi era muita.
Vivia então um dilema mas, para o meu bem e o bem dele, optei por ficar a ver
de longe os atletas com fatos de treino verdes a passar.
Alguém me disse que deveria arriscar. Fui um pouco para mais
perto mas insistia em guardar distância. Era o melhor para todos.
Um atleta passava junto a mim com uma bola pequena, vermelha
e branca…com uns guizos. Parecia uma bola adaptada a cegos. Aproximei-me mais e
pedi-lha, sempre guardando distância. Também por causa da pandemia, pedi que
ele atirasse a bola ao chão em vez de ma entregar em mãos. Assim fez. Laika-
que ainda era viva- logo a apanhou e levou-a nos dentes para debaixo da mesa da
casa de forno.
Com todas estas distrações da bola, nem dei por conta da
passagem do Taremi. Provavelmente terá passado quando persegui a cadela e a
bola até à casa de forno.
Já ninguém passava ali. Ouvia-se o motor do autocarro a
trabalhar. Vendo o meu desapontamento, alguém me disse que devia ir para junto
do veículo. Eu ia dizendo que não. Era um caso de saúde e de risco para todos.
Estava num dilema. Pensava no que fazer mas o bom-senso e o
sentido de responsabilidade acabaria por levar a melhor.
Como dizem os atletas, a melhor forma de apoiar é ficar em
casa. Em casa já eu estava, por acaso mas a segunda parte do dever de um agente
de saúde pública- que é o que nós todos devemos ser neste momento- é manter a
distância para o bem de todos.
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