Regresso hoje com os comentários a livros e nada melhor do
que recomeçar com o meu autor preferido.
Stephen King sempre foi uma referência para mim. Muito mais
do que o admirar enquanto escritor, revejo-me nas suas obras. Na imaginação sem
limites para criar histórias empolgantes e fantásticas. Esta é a escrita na
qual eu me revejo porque também gosto de escrever contos de terror. Para isso
não é preciso viajar muito, ler outras obras, consultar documentos. Basta dar
largas à imaginação.
Esta obra não é assustadora. É apenas uma história de
sobrevivência e de superação.
É a história da Patricia de nove anos que foi dar um passeio
na floresta com a mãe e o irmão mais velho. Enquanto os familiares se
embrenhavam numa discussão, ela procurou um lugar para fazer as suas
necessidades fisiológicas e perdeu-se na floresta. Esta floresta existe na
realidade e o autor recomenda na sua obra, que foi escrita em 1999, que não se
atrevam a ir sem uma bússola, pois é muito fácil se perderem. Hoje em dia há
GPSe smartphones. Talvez já não seja tão fácil se perderem ali, digo eu.
Li também que brevemente esta história vai ser adaptada a
cinema. Dará certamente um bom filme. Como a floresta existe mesmo, não
gastarão muito com cenários, digo eu.
Patricia era louca por basebol, pelos Red Sox e
especialmente pelo seu jogador Tom Gordon. Ela envergava a sua camisola e usava
um boné do clube autografado pelo mesmo.
Apenas com as provisões que havia levado para o lanche dessa
tarde, a menina começa a caminhar sem rumo, sujeitando-se aos perigos de um
local como aquele cheio de penhascos, trilhos perigosos e toda a espécie de insetos
e animais selvagens de grande porte.
À medida que os dias vão passando, a criança vai-se sentindo
cada vez mais perdida e mais assustada. A sua única companhia era o seu rádio
de pilhas onde ainda podia acompanhar os jogos do seu clube e do seu ídolo. Era
Tom Gordon que sempre estava no seu pensamento e lhe fazia companhia nos
momentos mais delicados que ia passando na floresta. Travava mesmo diálogos
imaginários com ele e imaginava que ele caminhava a seu lado, protegendo-a dos
perigos.
Quando acabaram as provisões, Patricia foi-se alimentando do
que a floresta lhe dava. Ia ficando cada vez mais fraca, mais doente e mais
assustada. Continuou sempre a caminhar e Tom Gordon sempre ao seu lado. Terá
sido o seu ídolo que a amparou sem o saber e a ajudou a chegar a um trilho
junto à fronteira com o Canadá enquanto a equipa de buscas tinha reduzido o
perímetro de ação ao local onde a mãe e o irmão a viram pela última vez.
Fingindo estar num campo de basebol com o seu ídolo a
assistir ao seu desempenho, delirante e desgastada, Patricia enfrenta o urso
que a perseguia na floresta arremessando-lhe o seu rádio com as pilhas gastas.
O urso estava a recuar quando um caçador o atingiu.
É uma história de paixão e superação. Eu, que também gosto
de Desporto, já vivi na pele o quanto representa a devoção por um clube ou por
um jogador. Os problemas tornam-se mais suportáveis. Quando estamos doentes ou
a vida nos corre mal, um jogo do nosso clube, um golo do nosso ídolo ou uma
música de que gostamos faz toda a diferença.
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