Thursday, March 02, 2017

Razão tinha eu em não querer ir à festa

Presume-se que quando vamos dormir seja mesmo para descansar, não para nos preocuparmos com coisas que na realidade nem existem...mas que, ao as vivenciarmos nos sonhos, elas nos parecem tão reais que nos tiram do sério e nos fazem acordar de manhã com a cabeça completamente moída. Foi o que me aconteceu esta noite.

Tudo começa quando alguém que na realidade não existe nos convida para uma requintada festa de um tal Nelson que se presume que foi nosso colega...mas que não víamos há anos. Se não nos víamos há anos, por que raio convidou ele toda a gente. Estava tão bem em casa!

A festa teria lugar num Sábado à noite. Alguém nos iria buscar a casa para estarmos presentes. Pois. Pelos vistos, nem o facto de não termos transporte foi entrave a que eu e a minha irmã fossemos convidadas mesmo assim. Faziam mesmo questão que estivéssemos presentes. Eu fazia questão de não estar. Não me apetecia mesmo nada sair.

Toda aquela tarde foi passada com cara de poucos amigos. Parece que tinha de ir toda fina lá para a festa. Depois algo me preocupava. Iria muita gente e seria uma confusão.

Chegou a hora de me arranjar e, não sei bem como, os meus óculos caíram ao chão. Quando os apanhei, constatei com horror que estavam partidos. E agora? Como iria eu trabalhar? O que iria dizer? Parecia mesmo que estava a viver aquele momento como se fosse real. Estava mesmo angustiada. O que iria fazer na segunda-feira quando chegasse ao trabalho? Lembrei-me de um colega meu que perdeu os óculos no autocarro e teve de meter baixa do trabalho porque não conseguia andar na rua sem eles.

Chegou a segunda-feira. Não sei o que se passou na festa. Se calhar até nem fui por causa da tristeza dos óculos partidos que danifiquei justamente quando me estava a arranjar para esse famigerado evento.

Era segunda-feira agora e eu corria atrás do autocarro numa rua completamente desconhecida. Lá o consegui apanhar mas, quando procurava moedas para pagar o bilhete, só me apareciam pedaços dos meus óculos partidos, voltando-me a recordar que tinha um problema em mãos.

Estava a recolher pedaços de vidro minúsculos nas minhas mãos com ar abatido quando fui salva pelo despertador. Terá sido um dos dias em que me soube bem ouvi-lo.

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