Monday, March 27, 2017

“A Rapariga No Comboio” (impressões pessoais)

Este é um dos livros do momento. Também já deu direito a um filme. Por acaso estou curiosa para ver como pegaram na história para adaptar ao cinema. Já tenho visto alguns filmes adaptados de livros e normalmente fico dececionada porque, se fosse eu a adaptar, acho que tornaria a história muito mais interessante. Há sempre algo que se perde.

Esta história é muito interessante. Quem é que nunca imaginou como seria a vida de alguém que se cruza connosco na rua? Que se senta à nossa frente no banco do autocarro? Que coloca as compras à frente das nossas no tapete rolante da caixa de supermercado?

Por acaso eu até tenho outra versão para esse exercício mental: imaginar como é a vida de pessoas que eu apenas conheço do Instagram através da postagem de fotografias ou de vídeos. Aí é um nunca mais acabar de histórias que invento. O Facebook não dá para fazer isso porque no Facebook conheço a esmagadora maioria das pessoas. No Instagram não conheço as pessoas. Aí noventa por cento delas são de fora de Portugal. Uma simples foto e a minha mente começa a trabalhar freneticamente.

A personagem deste livro- Rachel- dava nomes às pessoas que via da janela do comboio. Eu não faço isso, apenas começo a conjeturar como está a correr a vida da pessoa, o que fez antes de postar a foto, o que fará a seguir. Complicado? Vamos a exemplos para apimentar isto! Vou utilizar as duas pessoas que me aparecerem primeiro. Coitados!

O.E. (iniciais do nome)- envergando a sua camisola vermelha de que tanto gosta, (grande parte das suas fotos são tiradas com essa peça de vestuário), segue pela rua com um largo sorriso nos lábios, assobiando baixinho uma canção que ouviu na esplanada de um café que fica do outro lado da rua onde ele se encontra agora.

E.S.- e lá se passou mais um fastidioso dia de aulas! Agora é tempo de sentar, relaxar, exibir um largo sorriso. Amanhã há mais mas isso agora pouco importa. Há que aproveitar os momentos de puro ócio e descontração.

Estão a ver como isto funciona? Há que dar mesmo largas à imaginação, como também fazia a Rachel. Ela chegou mesmo a confundir a vida que imaginou para as duas pessoas que via da janela do comboio com aquilo que realmente elas eram. Até lhes deu nomes e tudo. Depois veio a saber os nomes verdadeiros deles e veio a descobrir que afinal eram pessoas com os seus defeitos, tal como ela própria os tinha.

Também para grande choque da Rachel, essas pessoas afinal faziam mais parte da vida dela do que ela jamais imaginou. E como faziam!

É melhor vocês lerem este livro. Vale bem a pena!

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