Tuesday, February 28, 2017

Anabela troca ACAPO...pela morgue

Este é um sonho recorrente que tenho. Elevadores completamente desgovernados que não param no andar para onde queremos ir. Perdi a conta a estes episódios também. Bem, enquanto eu sonho com elevadores que sobem ou descem demais, na realidade, como tive oportunidade de aqui narrar esta semana, há prédios com o elevador avariado em que eu vou pelas escadas e as desço até mais degraus não haver para baixo. Se os houvesse, a esta hora ainda os estaria a descer rumo provavelmente ao centro da Terra. Quarta-feira há mais!

Como foi a festa de Carnaval da ACAPO, tive de colorir este meu sonho com alguém que ali estava- Anabela.

Então vamos narrar isto que foi sonhado em dois atos. Acordei pelo meio mas voltei a adormecer e a apanhar o sonho de onde ficou.

Tinha ido a uma consulta e apanhei o elevador. Carregando no botão para ele subir...ele começou a descer de forma rápida, vertiginosa e incontrolável. Foi abrir num corredor que até tinha bastante luminosidade mas, numa das portas, conseguir ler a palavra MORGUE. Assustei-me. Nos sonhos tenho medo dos mortos- coisa que não acontece na realidade. Se algo assim me acontecesse na realidade (já tenho ouvido relatos de pessoas que apanharam o elevador errado para la quando iam a consultas ou visitar familiares) penso que não me assustaria. Dizem que sentem um cheiro muito peculiar mas, digo eu, deve ser psicológico. Volto a referir que nunca lá estive mas sei que há gente que até lá tem consultas de Oftalmologia. Aí, no corredor há mais possibilidade de se enganarem.

Acordo quando corro desenfreadamente de volta para o interior do elevador.

Como referi, isto ainda não acabou. Se fosse um sonho bom, não era retomado. É sempre assim. A porta do elevador abriu. Estava fechada. De lá de dentro saiu alguém que eu conheço- Anabela, a funcionária da ACAPO. Empurrava uma maca com roupas hospitalares daquelas que são usadas nos cuidados intensivos. Na maca estava um corpo de alguém indeterminado. Tinha apenas uma mão de fora e parte da cara. Eu desviei o olhar. Admirei-me de ela estar a fazer aquilo com normalidade...e até com um rasgado sorriso na cara.

Trocámos breves palavras. Assim que ela saiu, eu entrei no elevador ainda com receio. Aquele ambiente antisséptico comprimia-me um pouco. Carreguei no botão do elevador cinzento para subir...mas o elevador quase levantou voo como se fosse um foguetão da NASA. Foi parar a outro local que não era certamente para onde eu queria ir.

Acordei com um ar esgotado. Ainda por cima, iria para Tentúgal fazer caminhada.

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