Thursday, December 27, 2012

“Ponha-se na rua, se faz favor!”

É curioso, desde pequena que me habituei a ouvir gritar ordens aos cães, tratando-os por “você” e até usando boas maneiras. Ao ouvir mais esta frase que serve de título a este meu texto, comecei a pensar no que leva a termos esse comportamento tão insólito.

Uns minutos mais tarde, para a mesma cadela que espreitava pela fresta da porta entreaberta, voltei a ordenar-lhe:
- “Ponha-se lá fora imediatamente!”

É muito usual dizermos aos cães: “deite-se”, “sente-se”. Por que será? Também se chega ao extremo de se dar uma palmada no lombo do cão e ordenar:
- “Cale-se, por amor de Deus!”

Por acaso reparei neste preciosismo comportamental que me tem acompanhado ao longo da vida. Por mais voltas que dê à cabeça, não consigo encontrar uma explicação que me satisfaça razoavelmente para se tratarem os melhores amigos do Homem com boas maneiras. Será justamente por eles serem os melhores amigos do Homem? Talvez a explicação esteja aí mas não me convence.

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