Wednesday, December 26, 2012

Excursão a Compostela

Vocês, que acompanham o meu blog assiduamente, deverão estar a sentir a falta dos meus posts a descrever sonhos. Eu não desisti deles, apenas não tenho tido sonhos com um fio condutor de uma narrativa, daqueles que contam uma história. Para matar as saudades, eis o que se arranjou nesta noite:

E se, em vez de se fazer um jantar de Natal, se fizesse uma excursão com todos os nossos colegas de trabalho? Todos mesmo. É este o mote para mais esta emocionante noite onírica que até começou com sonhos em que ratos foram protagonistas.

Narro esta história fabricada pelo meu subconsciente a partir do momento em que viajávamos num autocarro rumo a Santiago de Compostela. Estava Sol e olhava o Céu azul através das janelas do autocarro. Estava feliz. Reinava a boa disposição entre nós.

Toda a gente ria, cantava, contava anedotas, conversava, aproveitava para se conhecer melhor e...havia alguém que se sentou no lugar mais à frente e, pura e simplesmente, se desligou do mundo da vigília.

Pois foi, houve uma colega nossa que não se mexeu de onde estava durante toda a viagem. Parámos para tomar café, ir à casa de banho, comer qualquer coisa, esticar as pernas, tudo o que normalmente acontece quando vamos de viagem. Ela não se mexeu dali. Estava mesmo ferrada no sono.

Os primeiros traços que indicavam o final do dia fizeram-se sentir e ela não acordou. Foi ao anoitecer que chegámos ao nosso destino. Ela ainda continuava a dormir profundamente. Talvez o seu organismo tenha descomprimido do stresse diário e tenha relaxado demais. Devia estar mesmo cansada.

Abanámo-la, chamámo-la. Ela respondia-nos com monossílabos e apenas se virava para o outro lado e continuava a dormir como se não tivesse vindo toda a viagem que durou horas completamente desacordada.

O que fazer para que ela despertasse? Ninguém se lembrou de lhe despejar uma garrafa de água fria em cima. Estamos a falar de um sonho. Ela não podia ficar ali no autocarro a dormir. A solução foi tirá-la dali.

Fui eu que lhe peguei ao colo e a transportei. Nos meus tempos áureos de desportista, eu conseguia carregar qualquer pessoa às costas. Hoje já não posso fazer isso. Talvez ainda tenha força para carregar alguém ao colo, simplesmente é arriscado para os meus olhos.

No sonho carregava-a sem o mínimo esforço. Ainda sem acordar completamente, ela colocou uma mão sobre cada um dos meus ombros para melhor se ajeitar no meu colo. Saímos para a rua...de minha casa. Os sonhos têm destas coisas.

Havia um carro branco estacionado...no meio da estrada à minha porta. Outros carros que passavam tiveram de parar por causa dele. O carro era da “Bela Adormecida” que ainda se mantinha ao meu colo com uma mão de cada lado dos meus ombros.

Eu olhava para o Céu que estava esplêndido. Sentia uma enorme paz de espírito. Estava mesmo feliz. O Céu apresentava-se de uma tonalidade azul escura com um astro que devia ser uma alteração onírica da Lua a surgir por entre o telhado de minha casa. Já não é a primeira vez que esta imagem e estas sensações me surgem em sonhos.

Olho em redor. A fila dos carros engrossa atrás do carro que se encontra estacionado no centro da estrada com as portas abertas e todos os faróis ligados. Olho para cima, para o lado de Vila Nova. A pé vinha um polícia que logo torceu o nariz ao carro.

Eu reagi começando a cantar a plenos pulmões a canção do Boss AC. O polícia perguntou de quem era aquele veículo. Não respondi. Em vez disso, comecei a cantar cada vez mais alto a canção enquanto continuava a olhar na direcção do telhado de mina casa. Estava uma linda noite!



Só depois voltei a olhar para a estrada e comecei a inventar uma nova letra para a canção que inicialmente estava a cantar com a letra original, exagerando bastante nos “yeaaa” com ar de gozo.

Estava eu a cantar a canção do Boss AC com a letra que inventei quando acordei. Não me lembro do que inventei para cantar.

Estava frio. Ainda demorei algum tempo a voltar a adormecer.




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