Wednesday, June 23, 2010

Curtas da minha prima

Ver texto “O afeito”

Este fim-de-semana foi em grande. Fui para casa na sexta-feira á tarde e passei assim dois dias que só não foram de puro descanso porque havia o passeio a Fátima

Como já não ia há duas semanas à terra, quis saber das novidades. Para além de nada ter acontecido com os gatos, que outras peripécias marcavam a actualidade?

Havia umas histórias bem curiosas da minha prima, a tal que apanhou um molho de afeito e o deixou em casa da minha vizinha para o marido ir buscar mais tarde e que foi parar ao rio.

Desta vez a artista arranjou várias vasilhas de vários tamanhos e foi pedir água a uma senhora lá da terra que nem é vizinha dela, nem nada. Naturalmente a outra não lhe cedeu a água da rede pública. Questionada sobre o facto de ir pedir água a outras pessoas sempre foi adiantando que era para poupar água, que gastava muita água a regar as suas plantas e flores. E as outras pessoas também pagam a água da rede pública. A vida custa a todos. Ainda se fosse a água de um poço ou de uma fonte ainda se compreendia. Pedir água paga da rede pública é o cúmulo.

Trata de forma requintada as plantas dela mas não se preocupa minimamente com as plantas dos outros. Aliás, ela não pode ver os outros com plantas ou flores melhores que as dela. Um dia destes a minha vizinha apareceu lá em casa furiosa porque a minha prima lhe pisou os crisântemos todos.

Todos os dias, pelas oito da noite sensivelmente, a minha prima é vista a caminho da Moita com uma flor na mão. Àquela hora ainda vai para o cemitério levar a flor à campa da mãe e do irmão, quando não a coloca noutras campas de pessoas lá da terra que morreram muito jovens. Campas onde ela inclusive já admitiu que vai para lá gritar e já pediu flores à minha mãe para as enfeitar.

No outro dia, uma senhora já idosa e doente teve de a correr de sua casa porque já não a podia suportar. Começou a perguntar-lhe a idade exacta dos seus coelhos e teimou em querer saber se era macho ou fêmea um determinado animal que a outra lá tinha.

Por último, fica a história mais cómica só para verem até onde vai a ganância deste ser. Na mercearia lá da terra estavam expostos morangos em caixas de madeira. A minha prima começou a tirá-los e a metê-los ao bolso só para não correr o risco de os pagar e de eles não serem bons. O azar foi que o bolso estava roto e os morangos começaram a aparecer espalhados pelo chão. Que vergonha!

Enfim, esta artista é mesmo de qualidade. Está cada vez pior.

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