Sunday, February 25, 2007

Zorba, tango e canções de Natal

E aproxima-se a passos largos a Festa de Natal. Este ano resolvemos fazer algo de diferente, de arrojado e (porque não?) de mais perigoso. Um bando de toupeiras a dançar a Zorba vai ser demais. Ainda por cima temos de trocar os pés!

A Zorba é uma dança tradicional grega que se executa de forma complicada e nós, as toupeiras, vamo-nos ver gregas para nos mantermos dignamente equilibradas. Um deslize e lá vai o pessoal todo para o meio do chão. Para cúmulo, isso havia de acontecer logo no dia da festa.

Já estava a ver o salão do IPJ a abarrotar (especialmente de crianças). Um pisão ou uma troca de pés e lá ia o pessoal pelo soalho fora. Era um coro de gargalhadas, enquanto outros perguntavam aos filhos e netos- que já não podiam mais de tanto rir- o que é que se passou. Pelo que se tem visto nos ensaios, parece que vai haver coisa insólita.

Melhor parece estar a correr o cântico de Natal. O nosso colega adaptou um tema de Verdi e fez-lhe uma letra inédita para cantarmos na festa. As vozes vão ficando cada vez mais afinadas. O pior é que vamos passar três semanas uns para cada lado e muitos esquecem-se da letra e há molho.

O que não vai fazer parte da festa são os passos de tango que eu e a formadora (ai os meus colegas que pensavam “elas nem se podiam ver e agora dançam tango e tudo”) demos no salão. Eu não tenho jeito nenhum para dançar essas coisas e desisti, apesar de ela me querer ensinar. Ia-se arrepender porque ainda lhe pisava um pé sem querer. Dança para mim só com aquela música que mais à noite iria escolher para uma outra Festa de Natal que haveria mais tarde. Na altura recusaram o meu número na festa do dia 16 por não haver espaço no programa. Eu também não sabia se ia à festa. Fiquei a saber justamente hoje e no meio de mais um ensaio. Lá tenho eu de me baldar às provas de Atletismo!

Estou em condições de adiantar que executei a minha dança a solo no dia 22 de Dezembro. Lá chegaremos, mas é mais à frente neste texto que vos direi como ganhou força aquilo que não passava de uma ténue ideia.

Ainda no salão havia quem levasse tudo à frente a dançar a Zorba. Ainda surgiu a ideia de se dançar qualquer coisa vinda da Rússia. Era algo que os soldados soviéticos dançavam quando já estavam com os copos. Eu faço ideia de como seria essa dança. Pensando bem, até seria melhor para nós. Se caíssemos, podíamos dizer que aquilo era “a dança dos Russos quando carregam na vodka”.

Assim se passou aquela tarde dedicada aos ensaios, ao canto da “Cinderela” do saudoso Carlos Paião e a tangos, valsa e danças inqualificáveis com a mobília à frente e tudo.

Por acaso até sonhei com arraiais e bandas de música. Já adivinhava o dia que ia ter. Previa-se tempo bom. Mais um motivo para cantarmos.

Como habitualmente acontece, costumo passar um CD assim que acordo. Nesse dia passei um CD repleto de temas instrumentais. Uma dessas músicas lembrava-me algo, mas eu não sabia bem o que era. Só depois de muito puxar pela cabeça é que me lembrei que aquele mesmo tema foi utilizado no Mundial de Ginástica Acrobática por duas atletas do Azerbeijão. Nesse mesmo CD havia uma outra música que me deu algumas ideias interessantes. Estava ali um potencial tema para um provável número de uma das minhas danças na Festa de Natal.

Na sala de multimédia alguém tinha deixado um balão verde. Mazinha como sou, tentei rebentá-lo. Só que o balão ainda conseguiu ser mais mauzinho e mais teimoso que eu e não se deixou rebentar. Desisti, até porque tinha mais que fazer do que andar a correr atrás de balões para os rebentar.

Nem vale a pena falar das monótonas aulas que tivemos de manhã em que nada de relevante se terá passado. A tarde seria bem mais produtiva. A cantar e a dançar é que nos sentimos bem! O Verão de S. Martinho também dava uma ajudinha.

Depois do almoço na cantina, fui lavar as mãos àquela famosa casa de banho que tem umas luzes que se acendem quando pressentem que alguém vai a passar por ali. Só que naquele dia pressentiram mal e não acenderam. E lá tive eu de lavar as mãos às escuras, que até me consolei!

Depois de toda a animação que foi aquela tarde de quarta-feira, fui treinar. Excepcionalmente, e como a aula de Holandês já tinha sido na véspera, treinei a uma quarta-feira. O cabo que esteve na pista durante uma jornada de Atletismo do INATEL- e que prejudicou alguns atletas- voltou de novo a estorvar e a alterar o treino. Assim tive de dar 15 voltas na pista 5. Devo ter batido o meu recorde nessa distância, apesar de ter um pequeno problema digestivo. Demorei apenas 44.55 minutos a percorrer as quinze voltas. Ao fim de uma hora e dez minutos, e depois de descomprimir com alguns alongamentos, dei por terminado o treino num final de tarde agradável.

Cheguei a casa e voltei ao CD que tinha deixado de manhã. Como eu disse, trata-se de um CD com música instrumental e ritmada. A faixa 10 daquele álbum deu-me a ideia de a usar de qualquer forma para uma das minhas coreografias maradas. Iria ainda tentar incluir o meu número na Festa de Natal do dia 16. Sabia que iria ser difícil. Se eu tivesse sabido mais cedo que afinal ia estar pressente na festa...

De qualquer forma iria tentar ainda fazer alguma coisa e propor o número. Apesar de o tema nada ter a ver com a quadra natalícia, iria fazer com que o meu número se adequasse ao Natal. Passei a música vezes sem conta e imaginava o que poderia fazer. Desde essa manhã que me tenho vindo a lembrar de alguém que me inspirava bastante. Alguém que vestia de vermelho e que era um especialista nestas coisas de dança. A propósito: eu nem queria imaginar se por acaso o encontrasse na próxima semana no jogo. Ia ser uma coincidência encontrá-lo no mesmo local onde eu o vi pela última vez. Isso é pouco provável de acontecer. A probabilidade de o encontrar é semelhante à de eu ganhar o Euromilhões.

Foi a pensar nele, no vermelho, na dança e na cor do Pai Natal que tive uma ideia luminosa. Voltei a passar a música e imaginei-me a fazer um número de Natal apenas com adereços de Natal e vestida de vermelho e branco. Tenho um saco de Pai Natal e algumas peças de roupa vermelhas ou brancas. Não precisaria de comprar nada. Estou em condições de dizer que consegui realizar tudo isso. Subtilezas do facto de o blog estar desactualizado desde há muito.

Ainda nessa noite guardei o CD à parte e apontei o número da faixa que iria utilizar.
No “Um Contra Todos” o padre conseguiu levar o prémio para a sua paróquia. Com a bênção de Deus- e a ajuda do último trunfo de que dispunha- o “Sô Padre” lá conseguiu arrebatar o tão ansiado dinheiro. O concorrente e a plateia afirmavam sem qualquer sombra de dúvida que o Suriname ficava em África. O padre de uma paróquia do Interior afirmava convictamente que “o Suriname era a mesma coisa que Burkina-faso.” Comprou a resposta e teve a sorte divina de os seus adversários também pensarem a mesma coisa. Eu também pensava há alguns anos atrás que o Suriname ficava na África, mas depois vim a saber que ficava até perto do Brasil.

Situação do dia:
No percurso da cantina para a ACAPO passaram por mim duas pessoas de canadianas. Uma situação pouco habitual!

Bacorada do dia:
“Podem ir ao pequeno-almoço.” (De referir que estávamos no intervalo da tarde.)

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