Wednesday, April 17, 2013

“O Dom Do Medo” (impressões pessoais)



Nem só de romances e de contos se fazem as minhas leituras. De vez em quando também gosto de ler algo sobre temas específicos. Esta obra que acabo de ler é sobre a criminalidade e a violência, sobretudo nos Estados Unidos.

Ao pegar neste livro e ao percorrer as suas páginas, vou tomando ainda mais consciência de que o país mais violento do mundo e onde se tem de viver permanentemente com medo da criminalidade violenta é a América. Não há seres humanos mais cruéis uns para os outros em todo o Planeta como os Americanos. E julgam eles e condenam a violência dos outros povos. Os outros povos ainda usam a violência no seguimento de um ideal, de uma crença, os Americanos usam-na de forma gratuita.

Fiquei impressionada com os números aqui apresentados por Gavifn De Becker- autor desta obra. As histórias com que preencheu estas páginas também nos dão que pensar. Mas anda tudo louco?

Quanto aos ensinamentos que tiro deste livro, devo dizer que me enquadro no grupo de pessoas permanentemente desconfiadas e sempre alerta para eventuais abordagens. Digamos que isso é e tem de ser uma característica inerente ao facto de ter baixa visão. Não poderei estar tão atenta aos sinais como a maioria das pessoas e por isso defendo-me como posso. Chama-se a isso instinto de sobrevivência.

No final foi dado algum destaque à atracção das pessoas por notícias sinistras que é demasiadamente explorada pela Comunicação Social de modo a nos colocar medo e nos colocar permanentemente alerta (aqui já se começa a ver um pouco isso) e a razão pela qual se pára no trânsito quando há um acidente apenas e só para observar. Não sabia que esse comportamento serve apenas para os seres humanos apreenderem técnicas de sobrevivência.

Também fiquei a saber que é muito difícil e arriscado ser-se famoso nos Estados Unidos. Há sempre alguém com uma mente pérfida e ideias hediondas que nos persegue onde quer que vamos para nos fazer as mais monstruosas atrocidades.

Numa sociedade onde o porte de armas é visto como algo normal, não admira que a criminalidade esteja em alta e seja um flagelo. E como será aqui em Portugal? Talvez o crime se tenha mantido estável ao longo do tempo e talvez haja a ideia de que hoje há mais criminalidade precisamente devido ao facto de haver mais cobertura por parte dos media e a consequente proliferação de notícias sensacionalistas. No tempo dos nossos avós já havia crimes hediondos na nossa pacífica terra, se compararmos com os Estados Unidos. Ao contrário do que acontece por terras do Tio Sam, a maioria dos crimes que aqui se verificam são passionais, derivam de assaltos e actualmente são cometidos em desespero devido à crise. Claro que há gente pervertida mas as figuras públicas nacionais ainda estão com a vida boa que os seus perseguidores as deixam levar.

Encaro a leitura deste autêntico manual de sobrevivência como extremamente positiva. Foi mais um abrir de horizontes para uma temática diferente.

Das agitadas ruas e casas americanas passo para a literatura que se faz aqui mesma. Nunca ouvi falar de Ricardo Lopes Moura mas irei ler uma pequena obra de contos que ele escreveu.

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