Fui recuperar depois de ler este livro o debate original entre estes dois senhores que muito fizeram pela implementação da democracia em Portugal após o 25 de abril. Nem sempre com o melhor entendimento, Mário Soares e Álvaro cunhal são, sem dúvida, duas figuras marcantes do nosso século.
À passagem dos cinquenta anos deste confronto histórico na RTP, a Biblioteca de Coimbra sugeriu esta leitura. Assim fiquei também a perceber o processo político conturbado em que vivíamos, com uma democracia ainda a dar os primeiros passos e sob ameaça constante de nova ditadura, à esquerda ou á direita. Vivíamos na época de PREC- processo revolucionário em Curso. Foi um ano de 1975 bastante agitado em termos políticos e sociais. Na altura, tanto Álvaro Cunhal, como Mário soares, eram ministros sem pasta do governo vigente e estavam algo desavindos. Como se pode observar neste aceso debate, Cunhal defendia o comunismo puro e duro e Mário soares defendia e sempre defendeu um regime democrático.
Eu ainda não era nascida quando se deu este confronto de palavras entre o líder do partido comunista português e o líder do partido socialista. Sou do tempo do “contra Informação” em que caricaturavam Álvaro Cunhal sempre a dizer: “olhe que não, olhe que não”. Fiquei mais tarde a saber que o líder dos comunistas portugueses usou esta expressão bastantes vezes neste debate para se defender das acusações de Mário soares.
Quando eu tiver um tempinho, quero ouvir este debate. O problema é que estes senhores se confrontaram verbalmente durante quase quatro horas…e ali ainda estariam hoje se não os tivessem mandado parar, alegando que os portugueses tinham de ir trabalhar no outro dia e tinham de descansar, estando cada vez menos gente a ouvi-los.
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