Monday, October 21, 2013

Pétalas vermelhas para estranhos defuntos

Sonhei que a capela da minha terra estava toda engalanada. Era palco de dois ou três funerais de idosos desconhecidos.

Eu nunca tinha visto um enterro tão festivo. Todas as luzes estavam ligadas, havia quem filmasse, os caixões estavam todos abertos e cobertos parcialmente com milhares de pétalas encarnadas. Mal se via o forro branco e as expressões sem vida dos defuntos emergiam do mar vermelho das pétalas.

Não se vertia ali uma lágrima e nenhuma expressão de pesar foi sentida no interior da capela. Toda a gente que ali estava conversava sobre trivialidades.

Acordei e não vi as horas. Aparentemente ainda faltava algum tempo para o despertador tocar.

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