Tuesday, October 08, 2013

Perdas

O meu subconsciente voltou a colocar-me em apuros com mais um pesadelo que até começou bem e acabou comigo numa profunda tristeza.

Havia festa na terra com fogo-de-artifício, muita comida e ainda mais bebida. Já se notava a animação e conseguia-se ver o fogo-de-artifício de minha casa, coisa que é raro acontecer.

Naquela noite, a minha irmã e o meu cunhado tinham saído de carro rumo a Aveiro ou não sei onde para comprarem qualquer coisa.

A manhã seguinte estava radiante, com Sol e Céu azul. Eu estava junto ao portão da entrada da casa da minha vizinha quando parou no caminho das Cavadas uma ambulância branca que descarregou qualquer coisa. Eram duas caixas- uma maior e castanha e outra vermelha e roxa. Ambas tinham uns laços. Carreguei-as a ambas para dentro de minha casa, ignorando o que continham.

Foi só mais tarde que me disseram que aquelas caixas continham os restos mortais da minha irmã e do meu cunhado que haviam perecido num acidente na véspera e que haviam sido cremados.

Estranhamente toda a gente estava conformada lá em casa com a tragédia. Notava-se que o ambiente estava pesado mas nada de exageros.

Eu, que tinha também perdido uma amiga minha, tentava transcrever para o Facebook o que sentia, o que me ia na alma, mas estava a ser complicado. O que sentia não podia ser transcrito para palavras. As mãos tremiam-me, acabava por apagar o que tentava escrever, só sabia que aquela tristeza invadia-me.

Acabei por desistir. A tristeza e a angústia apoderavam-se de mim, as lágrimas brotavam dos meus olhos, turvando-me a visão.

Acordei mergulhada na escuridão do meu quarto. Fiquei confusa. Acendi o candeeiro e vi as horas. Ainda não eram seis da manhã. Faltava cerca de meia hora para me colocar a pé e iniciar mais um dia.

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