Tuesday, April 20, 2010

Sempre com desconhecidos

Muito estranhos foram alguns sonhos que tive esta noite! Depois das corujas a meio da tarde e dos leitões prontos para assar, eis que se entra no mundo de parvoíce ainda maior.

Estávamos na época do Natal e Ano Novo (repare-se, estamos em Abril e a Páscoa foi há duas semanas atrás). Em vez de estas festividades serem passadas no seio familiar, embora o cenário fosse numa primeira instância a minha casa, não conhecia as pessoas que comigo se encontravam a confraternizar. Sei que antes tinha viajado para lá de autocarro e que havia estranhas bebidas.

Havia uma acolhedora fogueira acesa e um rádio tocava. Eu ia-me servindo de licorosas e bastante alcoólicas bebidas com gomos de laranja e açúcar no fundo. A certa altura estava tão bem acompanhada por Baco que já nem sabia quando o copo estava cheio. Com as mãos viscosas da bebida entornada, ia-me juntando aos companheiros que já notavam que eu estava etilicamente bem disposta, apesar de me esforçar por parecer sóbria.

Chegou a meia-noite mas ainda parecia de dia. Se calhar era por isso que o relógio biológico das corujas do sonho anterior andava desregulado. E o que é que costuma acontecer na meia-noite da Noite de Natal? Chega o Pai Natal, obviamente mas...

Abriu-se um grande portão (o de minha casa?) e entrou um grupo de pessoas com presentes. Algumas estavam vestidas de Pai Natal e outras não. Todas traziam presentes que alegadamente seriam para trocar ou para tirar um papelinho com um número à sorte. Foi o que eu fiz e saiu-me uma bosta de um presente que eu nem soube o que dizer ou fazer. Era um embrulho pequeno (que engraçado, era exactamente igual a um que veio ontem pelo correio para a minha irmã, só por coincidência). Ainda não sei o que o embrulho da minha irmã contém mas este tinha um pacote de manteiga de vaca (por acaso ontem aqui em casa vi imensa manteiga de porco) e uma outra embalagem semelhante que dizia “”queijo de leite de veada (já que existe queijo de leite de búfala...). E eu que esperava presentes melhores!

Agora o cenário é outro. Preparo-me para entrar incógnita numa casa de alguém que não conheço. Já lá tinha ido mais vezes, sempre às escondidas mas teimava em lá voltar. Não me perguntem a razão de tão estranha atitude. São coisas dos sonhos mesmo.

Percorri todas as divisões da casa com extremo cuidado e constatei que nada estava como da última vez que lá estive. Um dos quartos estava enfeitado com brinquedos e na cama havia uma colcha verde da cor das caixas da fruta e dos legumes com que eu trabalho todos os dias. Antes naquela divisão não havia nada daquilo. Brinquedos naquela casa então é que não havia mesmo. Aparentemente não viviam lá crianças.

Passei cuidadosamente para outro quarto que estava quase despido de mobiliário e enfeites. Naquele sim havia antes muita coisa. Enquanto conjecturava sobre as mudanças na casa, senti passos e logo me fui esconder debaixo de uma mesa. Acho que já era habitual eu esconder-me lá mas desta vez fui apanhada porque, ao me tentar agachar, deparei com um conjunto de caixas de papelão cheias de objectos. As habitantes da casa, duas raparigas fortes de cabelos encaracolados que eu não conheço na realidade abordaram-me e perguntaram-me sorridentes o que é que eu andava a fazer no andar de cima de sua casa. Olhei para uma delas e constatei que ela devia estar aí com uns sete ou oito meses de gestação. Ficou explicado porque é que havia mudanças. Simplesmente aquele seria o quarto do bebé que ela esperava.

Lamento desapontar que queria outro desfecho para esta minha incursão pela casa alheia mas não tenho a culpa de o sonho ter sido assim.

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