Tuesday, April 20, 2010

“Os Lusíadas” (impressões pessoais)



O que dizer desta obra fundamental da Literatura Portuguesa e que todos nós estudámos no Ensino secundário (não sei em que ano mas isso também não interessa)? Bem, para dizer a verdade, naquela época nem lia as obras simplesmente para embirrar com a professora de Português. Não nos dávamos e pronto.

Vamos então à obra lida na íntegra, por iniciativa própria e muitos anos depois das aulas no liceu! Comecemos por falar sobre Camões e com uma revelação inédita. O maior poeta portugu~es faleceu e foi sepultado na localidade da Moita, concelho de Anadia, distrito de Aveiro- a minha terra. O poeta tinha um caso amoroso com uma mulher daqui da freguesia. Os seus restos mortais estiveram enterados na igreja e depois é que foram levados para Lisboa. O povo e o pároco da freguesia revoltaram-se contra a trasladação do poeta mas de nada valeuu. Lisboa é o Mundo, o resto é paisagem.

Lendo esta obra, constato que Lu´s de Camões seria um homem extremamente culto, dadas as refer~encias mitológicas tão diversas e as refer~encias geográficas que emprega na obra. Refira-se que naquele tempo não se tinha acesso á informação como se tem hoje. A minha questão é esta: será isto riqueza cultural ou simplesmente é a diferença entre o conhecimento que se tinha naquela época e o de hoje? Eu penso que se Camões tivesse a oportunidade de ler algum dos meus textos sentiria o mesmo. É notória a diferença de vocábulos que mais de meio século nos separam.

Esta obra encontra-se dividida em tr~es partes, no meu entender. A primeira é quando são relatadao os feitos dos Lusitanos antes da partida das nnaus para o oriente, a segunda relata a viagem e suas incidências e a terceira faz uma antevisão do que se iria passar dali em diante nas terras entretanto conquistadas.

No início da obra temos o Concílio dos Deuses para decidirem sobre a ajuda aos navegadores portugueses. É engraçado que eu, sem querer e sem sequer me lembrar disso, também elaborei um texto exactamente com uma espécie de concílio, não de deuses, mas das Entidades superiores que é exactamente a mesma coisa. A diferença era que aquela reunião era para castigar e não ajudar. Foi esse texto depois que me fez ter a ideia do blog. Pena t~e-lo perdido mas quando o achar prometo colocar aqui as passagens mais significativas.

Quando leio qualquer coisa que se pase no mar e principalmente num barco assim sem as condições daqueles navios onde decorrem os cruzeiros, penso o quanto é estimulante uma viagem com aquela que Vasco da gama e seus companheiros fizeram. Estar de noite no meio do Mar e olhar as estrelas deve ser uma experiência espectacular. Um dia sonhei com isso e foi muito bom. Foi uma sensação única. As possibilidades de eu meesma viver esta aventura são muito remotas, para não dizer impossíveis mesmo. Fica este meu desabafo secreto: navegar em alto mar numa embarcação sem tecto e sem nada numa noite de verão deve ser memorável.

E não podia analisar “os Lusíadas2 sem uma refer~encia ao tão famoso Canto IX. Pois…exactamente aquele sobre as aventuras amorosas dos nossos navegadores com as ninfas (e as mentes preversas aqui já batem palmas enquanto imaginam as barbaridades que eu vou dize mas lamento ter de as desiludir). Afinal este episódio foi fantasia de quem? De Camões para embelezar a obra e prender o leitor ou de Vasco da Gama e seus parres que, depois de muito terem passado e de finalmente terem chegado á índia naturalmente se sentiram numa espécie de paraíso? Ter relações amorosas com entidades que nem sequer são humanas só mesmo de alguém muito carente e após uma longa jornada de sofrimentos no mar como aqueles por que passou a comitiva portuguesa. De qualquer maneira está muito bem conseguido, fosse lá com que intenção fosse.

Resumindo, foi uma obra difícil de ler pelas diferenças de vocabulário e também porque a minha motivação para ler poesia ser abaixo de zero. Li alguns trechos no secundário para as aulas mas é a primeira vez que leio a obra na íntegra. É mais um enrquecimento cultural que se ganha e pode-se dizer a quem quiser ouvir quue já se leu a maior obra portuguesa de sempre. Toda a gente a devia ler. É um dever nacional.

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