De volta a Annie Ernaux.
Desta vez ela não fala dela própria mas depreende-se, conhecendo a sua história de vida, que ela afinal quer falar e sempre fala dela própria.
Ela pode chamar Denise á sua personagem mas é a sua história que narra neste romance de 1974. Aparentemente é o primeiro romance que leio da prémio Nobel de 2022 que não aborde diretamente episódios da sua vida.
Sabe-se que Annie Ernaux engravidou e submeteu-se a um aborto clandestino que deu para o torto. Só ao fim de alguns anos é que ela aborda esse episódio da sua vida num livro a que deu o nome de “o Acontecimento” que irei ler na próxima semana, na viragem do mês.
Aí eu vou ver as semelhanças e diferenças que existem nesta história de ficção inventada pela autora para falar do seu embaraçoso episódio.
De referir que este livro é de 1974 e a autora fez o aborto em 1963. Mais tarde é que ela escreve “o Acontecimento” com recurso ao seu diário, como sempre.
Nesta obra, como em todas, Ernaux explora a diferença de classes, a condição humana, especialmente da mulher, e retrata a sociedade do seu tempo.
Vamos ver o que acontece quando ler a história real…
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