No espaço de menos de uma semana, o mundo da deficiência visual é abalada pela morte de duas amigas, aparentemente jovens demais para partir deste Mundo. Só que a Morte não escolhe idade ou condição social.
Esta nossa amiga morreu subitamente aos quarenta e seis anos.
Ficam as memórias, das quais destaco estes dois episódios.
Isto passou-se aí em 2005 ou 2006. Andávamos na formação da ACAPO e eu deslocava-me algumas vezes a casa dela. Houve uma noite, não era muito tarde mas era inverno, em que ela me convidou para sua casa, como sempre fazia. Eu cheguei mais tarde porque tinha ficado a treinar. Em vez de música, ela tinha lá um filme de terror. Chamou-me porque tinha curiosidade para ver aquele filme mas não o queria ver sozinha.
Já em 2010, talvez a última vez em que a vi, íamos no autocarro onde ia também TM. Ela contava-me as mais recentes tropelias relacionadas com comida dessa lendária personagem. A carrinha da ACAPO estava estacionada na rampa. Provavelmente ia sair. Já sabia o que ia acontecer. TM ia sair do autocarro, deparar com a carrinha na rampa e desatar ás bengaladas, como fazia com qualquer veículo que lhe obstruísse o caminho. Eu disse-lhe para ela ficar para trás comigo a ver o espetáculo. Ela ria-se muito porque TM estava a tentar destruir o veículo da instituição só acertando nos pneus e na parte de baixo. Muito longe de acertar nos vidros. Ao mesmo tempo ia praguejando.
São estas as memórias que guardo da nantília que tão precoce e repentinamente partiu.
Paz á sua alma!
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