Tuesday, January 31, 2023

“o Inspetor Geral” (impressões pessoais)

 

Vamos agora ler uma peça de teatro muito engraçada de Gogol.

 

Sabem aquela gente do campo que, quando vem alguém estranho á sua terra onde Judas perdeu as botas começa logo a conjeturar que deve ser alguém importante?

 

Pois bem, alguém viu um indivíduo todo finório num hotel e logo veio dizer que era um inspetor que vinha da parte do governo. A notícia logo se espalhou.

 

O indivíduo era aquilo a que se chama em bom  português um zé ninguém e logo se aproveitou do facto de as pessoas  da província quase se curvarem na sua presença.

 

Ele, que era um caloteiro e um farsante, um aproveitador sem dinheiro, logo resolveu tirar partido da ingenuidade dessas boas pessoas que o veneravam e eram capazes de se atirarem a um poço, caso ele lhes pedisse.

 

Ele saiu do hotel onde estava a dever e foi para casa de uma família onde logo se aproveitou das mulheres da casa, ficando noivo da mais nova.

 

Depois foi pedindo dinheiro a cada um dos habitantes para regressar á cidade, afirmando que tinha um assunto pendente a tratar. Ele sabia-a toda. Escusado será dizer que ele fugiu após ter burlado toda a gente.

 

Deixou no correio uma carta a um seu amigo a vangloriar-se do quanto se aproveitou da ingenuidade desses parolos que de tudo fizeram para que não faltasse nada ao excelentíssimo inspetor que veio da capital.

 

Uma peça de teatro que arranca algumas gargalhadas. Então quando se juntam a ler a carta, é de ir ás lágrimas.

 

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