Dormi até sensivelmente às cinco e meia da manhã sem me lembrar de alguma vez ter acordado antes disso. A noite até estava quente mas isso não me impediu de dormir bem.
Acordei a essa hora ainda intrigada e confusa e com aquele canto estridente do sonho a ecoar-me na cabeça. Não sabia se tinha sonhado com aquilo ou se era mesmo real. Só largos minutos depois de ter acordado, e não ouvindo mais nada, é que eu depreendi que tinha sonhado. É que nem se tratou de estar a ouvir algo lá fora. Estava na cidade e não no campo.
Antes disso, lembro-me de estar em casa a procurar umas calças para vestir mas não encontrava nenhumas que me servissem. O habitual. Mais uma vez, faziam-se os preparativos para uma qualquer festa.
Encontrei umas que já tinha vestido há dias. Pensei vesti-las mas reparei que elas tinham uma nódoa horrorosa. Então eu tinha andado na rua assim com aquela nódoa nas calças? Que vergonha!
Passamos agora à última parte do sonho. Estava no meu quarto a altas horas da madrugada. A casa estava silenciosa. Toda a gente se havia deitado bem tarde porque havia festa ou coisa assim no dia seguinte.
Sentada na cama, às escuras, comecei a ouvir um canto estridente de ave que cortava o ar. Nunca antes havia ouvido um canto igual. Não era uma coruja, não era um corvo, não era nada disso. Que raio era aquilo? Parecia cada vez mais perto. Por vezes calava-se para logo começar a piar de forma estridente.
Coloquei-me á escuta. O som vinha do lado das Cavadas mas parecia mesmo ali em cima dos nossos telhados. Abri a porta da sala e fui até à rua. Não ouvi nada. Estava a amanhecer mas ainda estava escuro. A ave piou novamente. Parecia ali perto, cada vez mais perto mas não a estava a ver.
Acordei algo intrigada com aquilo. Ainda apurei o ouvido. Só depois me lembrei que não estava em casa. Tudo aquilo me pareceu real de mais.
Voltei a adormecer ate o despertador tocar. Também só me restava uma hora. Sonhei que a minha eira estava povoada de gatos, pombos, galinhas e muitos mais animais conhecidos e desconhecidos. Peguei num gato castanho e atirei-o pelos ares para o outro dado da estrada. O gato foi parar à vinha que fica em frente da minha casa.
O despertador tocou. Ainda acordei a pensar naquela ave que cantava ao pé de minha casa. Aquele som ainda me ecoava na cabeça e promete ecoar ao longo do dia.
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