Tuesday, May 22, 2012

Que trapalhada


E o disparate continuou na noite seguinte e do mesmo teor ou ainda pior do que o da véspera. Ora vejamos:

No velho barracão da minha vizinha, ultimavam-se os preparativos para a ida a uma excursão de dois dias que iria ser longa. Por incrível que pareça, ia a minha família toda e preparavam-se as malas. Reinava uma enorme confusão de roupas e objectos pessoais no local.

Eu preparava uma forma de ouvir música sem que nada impedisse que eu tivesse sempre música num dispositivo para ouvir. Carreguei o telemóvel com músicas, embora por acaso nunca tenha feito tal coisa na vida real. Hei-de experimentar.

Em plena madrugada, ouvia uma rádio que só passava música antiga enquanto ultimava as coisas. O enorme autocarro vinha do lado de Vila Nova e estava estacionado onde realmente nenhum veículo pode estar. Só mesmo em sonhos. Ali é perigoso estacionar.

Os preparativos continuavam com toda a gente ainda a empacotar objectos e roupas. Constatei que tinha dois pijamas azuis iguais. Muito me contam. Na vida real só tenho mesmo este mas tinha outro igualzinho no sonho. Tinha, disse bem porque só apareceram as calças de um. Parece que o tinha emprestado a uma colega. Ela tinha-mo enviado…por correio interno, imagine-se, e só mandou as calças.

Em sonhos tudo é incrível. Estava eu no vestiário dessa loja à procura dessa colega, embora nem sequer imagine como seja realmente o vestiário da loja. Nuca lá fui. No meu sonho, os canos dos lavatórios estavam rotos e havia imensa água no chão que ia aumentando à medida que se abriam torneiras. A certa altura, a água chegava quase aos tornozelos. Para agravar a coisa, a tal colega tinha a mania de estar sempre a lavar os dentes, imagine-se. Mais água para o chão! Ela ia ao dentista, logo ia faltar ao trabalho. Dizia que depois lhe descontavam nas férias.

Há muito que não sonho com a minha sala de aulas onírica. Esta noite regressei lá para ter uma estranha aula com a minha professora de Português do meu curso que já estava muito velha e chata. Escrevia umas frases no quadro com uma letra indecifrável e queria que as dividíssemos sintacticamente. Mas estávamos na escola primária ou no curso da ACAPO há uns anos atrás em que se fazia isso para as criaturinhas que não estavam ali para aprender mas para boicotar aulas e ganhar o delas ao fim do mês para a borga e para o tabaco?

Micaela- a cantora (na noite passada foi com uma música da Rebeca que sonhei) trabalhava na secção da fruta, imagine-se, numa loja lá para o Norte. Da maneira que as coisas estão, não me admirava nada que os cantores um dia tivessem de trabalhar no duro. Já estou a ver o Tony Carreira a cantar nas horas vagas, depois de um árduo dia a trabalhar no campo. A vida está tão complicada, que nem no campo dá para trabalhar. As condições climatéricas não permitem que as colheitas sejam abundantes.

Bem, Micaela explicava com recurso à outra parte do quadro que na terra onde trabalhava tinham morrido doze mil idosos nos primeiros três meses do ano mas que recentemente só havia falecido uma pessoa que por acaso era sua colga de trabalho. Ela contou que a senhora se havia sentido mal de repente com o que parecia ser indubitavelmente um AVC. Tendo noções de socorrismo, imagine-se, Micaela foi a primeira a chegar junto da colega que só emitia sons antes de perder completamente os sentidos. Espera aí! Já sei de onde é que a Micaela sabe socorrismo. Lembrei-me agora disto.



O despertador tocou quando me preparava para regressar novamente ao barracão da minha vizinha onde se preparavam as coisas para a excrusão.

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