Wednesday, April 18, 2012

“A Fogueira Das Vaidades” (impressões pessoais)




Mais uma obra lida e mais uma obra tendo como protagonista um yuppie que por acaso trabalha na mesma firma de Wall Street que o protagonista da obra “Psicopata Americano” E se comparássemos os dois?

Patrick Bateman da outra obra e Sherman McCoy desta que agora acabo de ler vivem ambos embrenhados na vida luxuosa de Nova Iorque. A abordagem que ambos os escritores fazem ao modo de vida de cada um deles não é muito diferente. Chega a haver também uma coincidência de lugares que um e outro frequentam, o que me leva a depreender que esses locais existem na realidade e são realmente muito frequentados por indivíduos que trabalham na Wall Street.

Os estilos de vida de um e de outro divergem um pouco pelo facto de o protagonista desta obra ser um pai de família e participar sobretudo em eventos sociais na companhia da esposa ao contrário das orgias que Patrick Bateman organizava juntamente com os seus colegas com drogas e álcool à mistura.

Para além de trabalharem na mesma empresa, Patrick Batemana e Sherman McCoy têm em comum o facto de ambos terem transgredido a lei. Só que Sherman foi condenado pelo seu crime que foi cometido de forma involuntária. Ele apenas matou uma pessoa, ao passo que Patrick matou imensa gente de forma deliberada e nunca foi descoberto e condenado.

Falando apenas e só desta obra, ela está muito bem escrita, com algum humor e sátira mordaz à vida social das classes privilegiadas em Nova Iorque. O conflito entre os brancos e os outros povos de outras raças está sempre presente da primeira até à última página. No fundo, esta obra pretende ser uma crítica às desigualdades sociais feita de um modo muito subtil, recorrendo a factos e ao humor. Achei piada ao modo como o autor inventou nomes para as suas personagens. No final aparece lá essa nota e está realmente engraçada.

Há uma pequena ressalva que impede que esta obra seja mais interessante. Há longos períodos de descrição, nomeadamente de casas onde decorrem jantares de alta sociedade. Por vezes essas descrições cortam o normal ritmo da leitura.

De referir que esta obra termina de forma bem curiosa. O epílogo é-nos apresentado sob a forma de um artigo de jornal e mostra o que se passou de onde a obra terminou para a frente. O protagonista acaba por ser condenado por atropelar mortalmente um jovem negro num bairro social e acaba com todas as diferenças sociais esbatidas. Sherman desce aos infernos, fica pobre e acaba por ser mais um pobre cidadão que tem de cumprir uma pena. A indumentária que apresenta para a prisão é um bom exemplo de como este indivíduo desceu vertiginosamente na vida.

A leitura desta obra foi positiva. Fiquei a saber que acções e obrigações não são a mesma coisa, embora eu não saiba a diferença entre uma coisa e a outra.

Não iremos sair dos Estados Unidos mas agora vamos até à zona rural do Kansas. Iremos ler um livro um pouco diferente. “A Sangue Frio” é o nome da obra que já estou a ler.

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