Sunday, August 20, 2006

Urbanidade e Probidade

Um colega nosso deixou toda a turma boquiaberta ao usar e abusar destes dois termos. E anda por cima não tínhamos um dicionário por perto para sabermos com exactidão o que é que ele queria dizer. O dicionário que eu tenho aqui já é quase uma relíquia mas vou satisfazer a curiosidade de todos os que, como nós naquele dia, se estão a interrogar sobre o significado destas duas palavras repetidas vezes sem conta pelo nosso colega numa aula.

Segundo as sábias e já amarelecidas páginas do meu dicionário, Urbanidade é: qualidade do que é urbano; civilidade; polidez; delicadeza e cortesia. Resta-me lembrar em que sentido é que ele aplicou este termo. É que já lá vai algum tempo.

Probidade (quando apontei esta palavra até a escrevi com u, o que diz bem do desconhecimento que tinha sobre ela) é, segundo as letras gastas do dicionário: qualidade de quem é probo. Para quem não sabe, um indivíduo probo é alguém que tem um carácter íntegro, justo, recto e honrado. Probidade é ainda: honradez; integridade de carácter e observância rigorosa dos deveres.

Mais uma vez volto a referir que não me recordo em que contexto é que o nosso colega aplicou tão caros termos. É o que faz estar a escrever este texto com quase dois meses de atraso. Que pena foi eu ter perdido o sentido original dos termos.

Se havia dúvidas de que todos no curso aprendemos uns com os outros, elas são desfeitas neste episódio. Cada um de nós ali tem algo para ensinar aos outros e cada um tem algo a aprender com os colegas. Somos diferentes, temos vivências diferentes e chega a ser engraçado o que aprendemos.

O problema é que naquele dia ninguém chegou a saber ao certo o que queriam dizer aquelas duas palavras. Só hoje é que eu resolvi ir ver o seu significado para ficar tudo esclarecido e para sublinhar este episódio de mais um dia na minha vida.

Esse dia amanheceu com algumas nuvens, mas sem frio. Ainda me custava a acreditar como foi possível um jogador ver tantos cartões num só jogo. Ou melhor: como foi possível um árbitro mostrar tantos cartões a um mesmo jogador?

Estávamos numa aula normalmente quando ouvimos algo que nos fez estremecer. Era o sinal de mensagens do telemóvel de uma nossa colega. Aliás, os toques e os sinais de mensagens de cada um chegam a fazer-nos sorrir. Nós já conhecemos os toques que cada um tem no telemóvel.

No Pavilhão, desta vez, fiquei a ver as provas na bancada. Ali podia-se conversar, conviver, conhecer gente nova...

Aconteceu uma situação bem curiosa: enquanto se esperava pelas pontuações da dupla feminina de Porto Rico, tocava na instalação sonora precisamente a música “Puerto Rico” dos Vaya Con Dios. Terão feito de propósito?

As provas acabaram e toda a gente ficou na rua à espera dos autocarros. A noite estava esplêndida. Respirava-se um clima agradável. O Céu estava de um azul como há muito não via. Foi então que eu aproveitei para tirar umas fotos a quem andava por ali para ter uma recordação de tudo o que se estava ali a passar naquele momento. Foi nessa altura que confirmei a minha teoria de que as coisas mais importantes se passavam ali. Pena não ter descoberto isso na semana anterior.

Já sabia que, infelizmente, não iria a Seia (ver texto “Chorar de manhã para não fazer figuras tristes à noite”). No dia seguinte estaria novamente no Pavilhão. Naquela altura não o sabia, mas estava prestes a viver um dos momentos mais felizes da minha vida e a participar numa das coisas mais bonitas que alguma vez vi no Desporto.

Situação do dia:
Estava a falar com a nossa professora de Braille muito quentinha quando sinto uma coisa gelada pelas minhas costas abaixo. Até saltei! Foi uma colega que resolveu enfiar um cubo de gelo pelas minhas costas abaixo. Ela afastou-se rindo às gargalhadas.

Bacorada do dia:
“Faltas, feriados, férias, licências...” (já sei a quem devo pedir explicações de Espanhol.)

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