Por vezes, até como forma de fazer a ponte entre dois livros
de muito suspense e ação, recorro a livros como este. São livros que á partida
toda a gente lê.
Há tempos falou-se muito desta obra que é considerada um
clássico da literatura brasileira. José Mauro de Vasconcelos pode ser
considerado um contador de histórias nato. A forma simples e direta como
escreve é um ponto a favor, por mais que alguém como eu prefira outro tipo de
literatura com mais suspense, mistério e ação.
Posso dizer que esta obra será porventura um relato
autobiográfico da infância do autor. Para se escrever bem, tem de se ter a
imaginação muito aguçada desde bem cedo.
Zezé tinhja imaginação de sobra e isso valia-lhe muitos dissabores
em casa e na rua. As traquinices que fazia tinham um toque de sublime
inteligência. Hoje em dia, com a sofisticação dos brinquedos, perdeu-se um
pouco dessa imaginação presente em quase todas as crianças, numas mais do que
outras. Quanto mais pobre é a criança, maior a necessidade de arranjar
brinquedos noutros objetos que não foram criados para brincar.
Sem brinquedos, Zezé tinha como confidente o pé de laranja
lima que existia junto ao seu quarto e os morcegos. Ele adorava morcegos.
Sendo maltratado em casa por força das traquinices que
fazia, ele encontrou em Manuel Valadares um amigo e confidente mas a morte
acabou por também levar o seu amigo e deixou-o só de novo com o seu pé de
laranja lima a quem confidenciar o que lhe ia na alma.
É um retrato de um Brasil longínquo com as diferenças entre
pobres e ricos.
Um livro para todas as idades.
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