Tuesday, October 31, 2017

A mangueira da minha vizinha

Em dia de se fazerem travessuras, eis que o meu subconsciente se alia à festa e me brinda com este pedaço de pura diversão.

Isto vem no seguimento dos últimos tempos, quando eu vou correr para a Baixa e me aparecem mangueiras no meio do caminho a deitar água.

Quando eu era pequena, muitas vezes a minha vizinha regava o jardim com mangueiras que nós tentávamos apanhar para a molhar mas ela acabava invariavelmente por nos molhar a nós.

Este sonho não se passa na minha infância. Passa-se na atualidade. Era já quase noite quando chegava a casa a pé vinda de Anadia. Ora a minha vizinha não sabia que eu tinha vindo para casa, nunca iria saber que fui eu a bufar para dentro da ponta da mangueira.

Na estrada encontrei uma mangueira que eu sabia que ia dar à adega, ao barracão ou lá o que era. Então que fiz eu? Pequei na ponta e comecei a soprar lá para dentro. O barulho que dali surgiu surpreendeu-me de tal maneira, que desatei a rir, denunciando-me.

E lá vinha a minha vizinha, arrastando-se, com a muleta empunhada. Eu a tentar esconder-me mas não cabia em mim de tanto rir. Aquilo fazia de facto um barulho muito cónico.

O despertador tocou. Lá tinha eu de ir para a rua. Sim, havia mangueiras hoje também na rua.

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