Tuesday, August 29, 2017

Férias lá para o Norte


“Amanhã estarei no Porto!” Foi isto que li no Instagram de um jogador que aqui alinhou em Portugal na época passada e que, a confirmar-se o seu regresso a Portugal, irá ter a oportunidade de brilhar mais uma vez. O que mostrou na época passada deixou-me com vontade de querer ver mais e, noutra equipa onde as coisas corram bem, pode realmente mostrar o seu valor. É que o Nacional desceu.

E então onde é que o meu subconsciente me levou? Ao Porto. Mas não era bem no Porto, até porque eu conheço muito mal a Cidade Invicta. Andei por lá há dias e nada mais. Então estas são as aventuras oníricas num hotel, numa residencial, ou lá o que era.

Estava eu e o meu grupo de amigos, quase as mesmas pessoas com quem passei o fim de semana. Estávamos ali a passar férias mas o tempo não estava grande coisa. Tínhamos de atravessar rotundas para irmos tomar as refeições mas aquilo parecia mais Coimbra, imagine-se.

Numa ocasião, andei às voltas dentro do hotel onírico e já não sabia onde era o meu quarto. Fui por um lado, fui por outro, desci de elevador, subi as escadas do lado oposto mas parece que tudo tinha mudado lá dentro.

Tinha mesmo de encontrar o meu quarto depressa. Estava a escurecer e eu tinha lá as minhas coisas e queria pôr o telemóvel a carregar.

Entrei num quarto pensando ser o meu. Estava ocupado por duas senhoras que não eram portuguesas mas elas foram muito simpáticas. Deixaram-me colocar lá o telemóvel ligado à corrente e estivemos a conversar. Elas vinham da Islândia. Com tudo isto já era tarde. Elas ligaram a televisão. Estava a jogar Portugal com a Espanha. As equipas estavam empatadas a três. Mas seria possível que já fossem sete horas da tarde?

Voltei a procurar o meu quarto e voltei a entrar noutro que não era o meu. Um quarto muito semelhante ao de onde tinha saído. Também ali estavam duas pessoas. Dois rapazes. Sabem quem era um deles? O Saleh Gomaa. Na altura não o conheci, pois tinha feito a barba. Vinha jogar cá para Portugal novamente e estava ali para ser apresentado no dia seguinte. Não entrei nesse quarto. Apenas fiquei à porta a observá-lo a descansar estendido em cima da cama enquanto a chuva caía lá fora.

Distraída, esbarrei no meu quarto que procurava toda a tarde. De lá vesti-me à maneira de ir para a chuva...mas não me calcei. Assim que coloquei os pés na rua, vi que estava descalça e a estrada já levava muita água. Voltei atrás e ainda fiz pior.

Calcei uma pantufa impermeável azul...mas não calcei a outra. Já ia na rua quando voltei novamente para trás para me calçar corretamente. Cheguei ao refeitório com os pés encharcados e toda a gente já estava a sair. Olhavam-me com caras espantadas. Pois. Cheguei a umas lindas horas. O incrível disto tudo é que o jogo tinha ficado exatamente no ponto onde eu o deixei quando saí do quarto daquelas senhoras.

Quando ia pelo caminho, lembrei-me que não tinha férias nesta altura do ano e que me iam pedir satisfações no trabalho sobre onde eu tinha andado. Naturalmente.

Felizmente ninguém pede satisfações sobre onde andámos enquanto dormimos. Narro estas aventuras de livre e espontânea vontade.

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