Na estação

Sonhei que esperava o comboio para Coimbra numa estação desconhecia. Era uma solarenga tarde de Domingo e havia chegado à estação muito tempo antes da hora prevista da hora do comboio.

Esperava e desesperava enquanto observava o movimento de pessoas de todas as idades carregando malas e sacos de todas as cores, tamanhos e feitios.

A certa altura, olhando para um ponto da estação, vejo ao longe a minha prima arrastando uma enorme mala preta de rodas. Ela também ia para Coimbra. Acenei-lhe, não lhe falei. Ela atravessou para o outro lado. A hora do comboio aproximava-se.

O comboio foi anunciado e rapidamente chegou. Tentei desesperadamente abrir a porta que tinha ficado mais perto mas ela teimava em não se abrir. Nos sonhos há sempre algo assim. Tudo funciona em câmara lenta, nós movemo-nos muito devagar e os transportes muito depressa. Já não é a primeira vez que sonho com isto. Muitas vezes entro nos transportes mesmo quando eles já vão em andamento mas desta vez não tive essa sorte.

Quando, finalmente, a porta se abriu e algumas pessoas saíram, fiquei simplesmente estática a olhar para elas, só reagindo quando o comboio arrancou a alta velocidade. Ali fiquei na plataforma algo frustrada porque já ali estava há bastante tempo e por mais tempo iria ficar só por causa de uma estupidez daquelas.

Continuei ali sentada a observar o movimento enquanto esperava. Até acordar.