Wednesday, August 29, 2012

Top Kilimanjaro

Este é mais um episódio incrível a juntar ao rol de episódios semelhantes que ocorrem sempre que adormeço com o rádio ligado e, a dormir, vou ouvindo a música que passa e vai fazendo a banda sonora dos meus sonhos.

Não adormeci a ouvir o jogo como às vezes acontece. Estive acordada até ao final da emissão. Ouvi as entrevistas rápidas dos intervenientes, as conferências de imprensa dos treinadores, também ouvi as notícias já com a moleza a apoderar-se de mim mas, quando estas acabaram, não me apeteceu levantar e mudar o rádio de estação.

Tinha colocado o rádio sintonizado onde estivesse a dar o relato via Antena 1. Em AM havia muitas interferências e em FM, a frequência que inicialmente escolhi também não dava grande coisa. Deve ser do local onde tenho o rádio. Acabei por encontrar uma frequência que dava melhorzito e foi nessa que ficou. Era a RDP África.

Adormeci algures entre as onze e a meia note. Não sei a que horas começou a passar música africana na rádio mas, a certa altura, comecei a ouvir esses ritmos que agora povoam os arraiais, as discotecas e até os rádios dos carros que passam na rua em altos berros.

A confusão na minha mente era muita. Sabia que estava a sonhar mas não estava a fazer ideia de onde vinha aquela música que era antecedida de uma contagem. Já sonhava com números brilhantes em fase descendente num elevador que parecia o do meu prédio. A partir daqui, julgo ter ouvido a sonhar umas cinco ou seis músicas que passaram na rádio. Uma delas ate era brasileira mas era bem ritmada. Estive assim largos minutos.

Para onde foi o meu subconsciente ao som destes ritmos? Naturalmente foi para um local onde se dançava e que estava apinhado de gente que não conhecia. Como o sonho era lúcido, fui dando largas à minha imaginação sempre ao som da música que passava. Ai estávamos na discoteca a dançar kizomba, kuduro, funaná e tudo mais? E a bebida? Não havia? Claro que sim. Quase toda a gente estava mais para lá do que para cá. E dançava-se. Continuava-se a dançar. Gente jovem e animada, vestida com todo o tipo de vestuário, a pista de dança cheia. O DJ a misturar os sons e a colocar umas contagens pelo meio.

Inseri ali uns elementos vestidos com as cores do Vale de Avim. Vinham do jogo. Era Sábado à noite. Ganhámos. Siga a festa! De referir que nem fui ver quanto ficou o jogo.

A tal música que eu disse que era de uma dupla brasileira. Uma música bem safadinha para o pessoal aproveitar para curtir. Vejo-me a percorrer os bastidores daquele espaço onde já se começa a notar a decadência. Muita gente pedrada, bêbeda até não poder mais. E que tal uma visitinha às casas de banho? É a loucura! Deixa-me espreitar o que lá se passa! Não deve ser nada de jeito mas há que aproveitar.

As portas são cinzentas. A música mudou agora e ouve-se mais distante. Exactamente como se eu fosse da pista de dança para o exterior ou mais para o interior, para as casas de banho ou coisa assim. A fila é imensa ali. Alguns jovens ainda se balançam ao som da música. Os excessos ali fazem-se sentir e pesam. Muita gente não aguenta.

O chão já esta pegajoso de vomito, urina e mesmo bebidas que ainda levaram para ali. Observo comportamentos humanos típicos dessas ocasiões. O limite é mesmo a minha imaginação.

Resolvo sair dali. Volto para o interior da discoteca onde a festa continua animada. A música já é outra. Quando essa música acaba e começa outra com a contagem pelo meio, eu acordo. A confusão instala-se. Constato que a música que passa na discoteca é a mesma que passa no rádio que se encontra ligado. Mas que raio se passa aqui? Nada de luzes ou de multidão. O quarto está escuro. Aguardo uns momentos até que a música acabe e comece outra. Estava a ouvir bem. Estava no ar uma contagem de música africana.

Ainda a saborear os momentos de loucura que tinha tido ao som daquelas melodias, mudei o rádio de estação. Isto conseguiu colocar-me de bom humor.

P.S. De referir que o Vale de Avim ganhou por 5-0, logo havia motivo para haver grande farra. Que bela noite!

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