Sou fã da cultura nórdica que passa pela literatura e pela música. Agradou-me imenso ler este livro da autoria de uma jornalista britânica chamada Hellen Russell.
Ela reside na Dinamarca há mais de uma década e ali educa os seus filhos. Ela mostra-nos o contraste sobre a educação das crianças nos países nórdicos, especialmente na Dinamarca e os países anglófonos, de onde ela vem. Ali impera a cultura do medo, da superproteção, do facilitismo, algo que até os países nórdicos começam já a adotar. Eles que são diferentes na forma como educam as crianças.
Desde cedo as crianças da Dinamarca e restantes países vizinhos são preparadas para a vida. Não para serem competitivas, como acontece, por exemplo, nos Estados Unidos. As crianças brincam com paus, pedras, mexem na lama…ainda hoje me lembro do quase pânico que a minha irmã sentia quando viu o meu sobrinho mexer na terra. Mas nós aqui em Portugal, a nossa geração, não brincava na rua como eles?
A impressão que me dá é que as crianças de hoje só não são colocadas numa redoma porque não se pode fazer isso. As crianças dinamarquesas são rijas, fortes, preparadas até para se perderem na floresta e ali sobreviverem. Ai de um filho de uma mãe portuguesa se o filho aparece com um simples arranhão em casa! Vai logo pedir satisfações á escola. Eu andava sempre com arranhões, esfoladelas…uma vez desci de costas o riacho da minha aldeia para ir buscar uma embalagem de detergente para brincar e só não me matei porque havia lá em baixo um molho de agulhas. Uma vez cravei uma lata de conserva num dedo. A jogar a bola com outra lata, cortei um dedo de um pé…mas isso é carne de cão. Terei eu também uma costela viking? As crianças aqui eram criadas de uma forma como hoje não são. Hoje as crianças são muito mimadas. Ao primeiro sinal de choro, á primeira fungadela, vão logo os paizinhos fazer-lhes as vontades. Chega até a meter raiva. Ai de quem bula ou contrarie Suas Excelências…os pais dinamarqueses deixam os filhos chorarem, que é para eles aprenderem, desde cedo o que a vida custa. Se as crianças têm logo tudo de mão beijada, tornam-se autênticos burgueses. Chegam ao mercado de trabalho, se o chefe levanta um pouco mais a voz, logo começam a fazer beicinho.
Outros costumes…
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