Não há melhor dia para escrever ou citar a palavra liberdade.
Mesmo que seja um tipo de liberdade diferente, este livro do catalão Ildefonso Falcones- uma voz autorizada e grande referência do romance histórico- fala-nos da escravatura em Cuba, da luta pela liberdade deste povo e em como os seus descendentes ainda hoje lutam pelos seus direitos e contra as injustiças que lhes são infligidas ainda por serem de cor de pele diferente.
Duas mulheres negras, separadas por mais de cem anos não baixam os braços pelos seus direitos e pelos direitos dos seus. A escrava que chegou ainda criança a Cuba a bordo do navio negreiro foi uma mulher de luta até ao fim, não se vergando mesmo nos últimos segundos de vida à mão do impiedoso senhor branco.
Em Espanha, nos tempos atuais, as suas descendentes lutam pelos seus direitos contra os descendentes daquele senhor que matou essa escrava. A neta herdou a força e a mística dessa sua trisavó ou tetravó- não sei bem- e luta pelos direitos da sua mãe que é fruto de uma relação entre o senhor e a sua criada. Ao mesmo tempo, ela expõe uma sociedade atual que ainda sonega os descendentes destes escravos, mesmo sabendo-se que grande parte das fortunas em Espanha e no Mundo foram á conta de derramamento de sangue escravo.
Um grande romance para ler e refletir. Uma história de força, coragem, resiliência e abnegação. No passado e no presente.
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