Monday, April 07, 2025

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Condeixa, 6 de abril de 2025. O tempo está muito  encoberto e ameaça desabar com chuva diluviana.

 

Assim que chegamos, vamos logo tomar café. Nisto a ameaça de chuva cumpre-se e há que vestir os agasalhos. Resguardamo-nos da chuva junto a um prédio. Nisto apercebemo-nos que, mais para diante, já toda a gente partiu. Então não houve contagem regressiva? Bem, agora era correr literalmente atrás do prejuízo. O positivo disto é que tínhamos a estrada livre só para nós.

 

A prova até correu bem, atendendo ao meu estado de forma. Senti-me melhor do que há uns tempos atrás na jornada de Coimbra. Mas no final não tinha classificação devido ao  problema da partida que foi resolvido. Eu até pensei que era por trazer o casaco para a chuva vestido.

 

Resolvido este pequeno incidente, regressámos com a sensação de dever cumprido.

 

Agradeço á minha guia que me acompanhou e me esteve sempre a motivar. Fizemos a prova de trás para a frente e mesmo assim ultrapassámos algumas pessoas.

 

No próximo domingo estou de regresso ao Amial para fazer o trail. Este mês de abril vai ser em cheio.

 

Saturday, April 05, 2025

Uns cãezinhos fofinhos

 

Sonhei que tinha ido a Mortágua visitar a escola de cães-guia.

 

Fui levada a uma secção onde estavam as ninhadas de  cãezinhos para depois serem treinados para guiar os cegos na rua.

 

Eles eram muito diferentes dos que conhecemos. Alguns eram castanhos, pretos e brancos, outros eram pretos e brancos e outros tinham cores mais convencionais para cães de raça  Labrador.

 

Mães e filhos estavam num só espaço. Eu tinha dificuldade em entender de quem eram os filhotes de quem. Elas lá se entendiam. Uma ninhada podia ter sete cãezinhos, daí eles serem muitos. Que alegria para brincar!

 

Estava a saber bem estar ali. Mesmo uma ninhada com uns quatro ou cinco cães é uma maravilha, imaginem dezenas deles?

 

“Não Começou Com Você” (impressões pessoais)

 

Uma interessante abordagem ás questões psicológicas que, sem motivo aparente, afligem os seres humanos.

 

O que aqui é referido neste livro não deixa de ser curioso. Muitas das coisas que sentimos, para as quais por vezes não há explicação, mesmo traços da nossa personalidade e os nossos medos, provém de familiares nossos, por mais distantes que eles sejam. Chega-se ao ponto de se defender que, mesmo alguém a quem um familiar nosso fez mal entra nesta equação.

 

Aqui são muito referidos os familiares de pessoas que morreram nas câmaras de gás dos campos de concentração nazis. Pessoas que não os conheceram herdam os seus medos, as suas angústias, os seus comportamentos.

 

Não são só as características físicas que herdamos dos nossos pais, herdamos também as suas angústias, os seus medos, os seus traumas. Muitas vezes histórias de trauma   repetem-se de geração em geração.

 

Aqui o curioso é que podem haver casos de gente traumatizada que bastou estar no hospital sem a mãe ou a mãe no hospital sem a criança durante uns poucos de dias para se desenvolverem complicações no relacionamento com esta. Isto porque as crianças até aos dois anos são incapazes de guardar memórias.  Pura mentira, o autor deste livro não me conhece e eu tenho muitas memórias com dois anos ou menos. Ainda há dias aqui narrei que me lembro da minha irmã, ainda um bebé muito pequeno, com algo amarelo vestido, ao colo da minha mãe e a minha mãe a querer saber as horas. Não teria seguramente dois anos nessa altura.

 

Bem, eu tenho aversão ao barulho. O meu pai também porque esteve na Guerra Colonial. Chega a ficar completamente fora de si quando ouve um barulho que não consegue identificar. Eu também sou assim e não andei na guerra. Eu digo que tenho esta característica porque não vejo e uso a audição como mecanismo de defesa. Tenho esse sentido mais apurado.

 

No caso do lado da minha mãe, o medo de cegar era transversal a várias gerações da minha família. Não era um medo inconsciente, pois houve uma doença física herdada através dos genes. Nada a dizer.

 

Uma leitura diferente e curiosa que nos deixa a pensar.