Se isto não foi um genocídio…
Um livro que nos leva a compreender melhor o que se passa hoje na Ucrânia á luz dos trágicos acontecimentos da década de trinta quando Staline condenou milhões de pessoas a horríveis mortes á fome. Com o pretexto de cumprir políticas de quinta coletiva, o governo soviético organizou brigadas para retirar de casa dos agricultores ucranianos tudo o que era comestível para, alegadamente, os forçar a aceitar o regime de cultura coletiva, cumprindo assim a cota de produção de cereais.
Os relatos verídicos presentes neste livro são de puro horror. Quanta desumanidade. Tirar literalmente o pouco alimento da boca das pessoas, de bebés até. Mas que animais!
Há quem defenda que estas medidas que fizeram desaparecer os ucranianos mais fortes e capazes de se oporem ao regime teve, na verdade, o objetivo de enfraquecer o nacionalismo ucraniano que estava a ser uma ameaça. Até aos anos oitenta, este episódio infeliz da história foi categoricamente negado.
Com a memória do que aconteceu no passado, os ucranianos temem algo semelhante. Todos eles tiveram familiares que pereceram naquilo que terá sido um genocídio desumano e brutal. A identidade da Ucrânia em termos sociais e culturais quase foi apagada nessa altura e com repercussões que ainda hoje se fazem sentir.
Sem capacidade de mandar nos destinos da Ucrânia de forma semelhante aos anos trinta, a Rússia impõe a lei das armas.
Se querem que vos diga, ainda prefiro a guerra declarada com armas ao que aconteceu nos anos trinta. Uma bala mata rápido, a fome vai matando lentamente, destruindo a pessoa por dentro.
Relatos impressionantes de como aqueles animais entravam em casa das pessoas e confiscavam alimentos. Por vezes até os estragavam só para as pessoas não os comerem.
Ainda há dúvidas de que o inferno é mesmo aqui na Terra?
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