E se a península Ibérica se separasse do resto da Europa? Isto vem do brilhantismo do nosso prémio Nobel Da Literatura.
Bem vistas as coisas, este romance completamente surreal serve de metáfora para a situação política e económica dos países do Sul da Europa, nomeadamente Portugal e Espanha.
A península Ibérica á deriva é uma brilhante ideia e não precisa de se separar fisicamente do continente europeu para tal acontecer. Política, económica e socialmente isso acontece e foi a imagem que Saramago escolheu para criticar esse destino errante da península ibérica que, separando-se pelos Pirenéus do resto do continente, navegava sem rumo certo no meio do Oceano.
Quando Saramago escreveu este livro ainda não havia aquela crise que assolou Portugal e Espanha e que nos levou a pedir ajuda á Troika. Ainda não se tinha ouvido dizer por parte de um político europeu que os seus congéneres dos países do Sul gastavam o dinheiro proveniente da União Europeia em putas e vinho.
Só mesmo a mestria de José Saramago para criar um livro tão rico, tão fantasioso e tão real ao mesmo tempo.
Afinal de contas, alguém disse também que a europa andava a duas velocidades.
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