Saturday, July 03, 2021

“o Hipnotista” (impressões pessoais)

 

Nunca me canso de dizer isto, os escritores do Norte da Europa são os melhores escritores de romances policiais que conheço.

 

Eis mais um exemplo. Um livro muito bom de um casal de escritores suecos que assina sob o pseudónimo de Lars Kepler.

 

Talvez o que distingue os policiais nórdicos dos norte-americanos ou ingleses seja o facto de os crimes provirem mais de fatores intrínsecos, fatores oriundos de mentes doentias e deturpadas, ao passo que os norte-americanos e ingleses tendem a apontar os ajustes de contas e os bens materiais como as causas para a prática de crimes.

 

Aqui nesta obra   a complexidade da mente humana está aqui destacada. Existem muitas patologias que levam as pessoas, desde muito novas, a comportarem-se de forma hedionda, como são os casos de Josef e Lidia. São criminosos do mais terrífico que há, aterrorizam os outros, dominam-os á base do medo e são capazes das maiores atrocidades possíveis aos seus semelhantes, inclusive a membros da família. Ambos são criminosos desde tenra idade.

 

Erik é chamado ao hospital por um detetive encarregue do caso do assassinato de uma família inteira. É a família de Josef. Ele foi o  único sobrevivente do massacre. Erik jurou não mais praticar hipnose mas, perante a insistência para encontrar uma irmã de Josef que não vivia com a família, Erik hipnotizou o jovem. Ninguém estava a contar que Josef confessasse ter morto os seus pais e a sua irmã mais nova.

 

A promessa de Erik nunca mais hipnotizar ninguém foi assim quebrada. Abriu-se uma autêntica caixa de pandora para o Mal. Josef fugiu do hospital, apesar da gravidade dos seus ferimentos, o filho hemofílico de Erik é raptado e fantasmas do passado povoam a mente do hipnotista.

 

Com o quebrar desta promessa, mais sangue será derramado porque a mente criminosa e vingativa de algumas pessoas é uma autêntica máquina do Mal.

 

Já há muito que não lia um policial tão bom!

 

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