Wednesday, January 28, 2015

No trilho dos sonhos

Terei dormido mesmo toda a noite. Também estava algo cansada e só o despertador me interrompeu o sonho que estava a ter, no qual estava tão embrenhada, que o estava a viver intensamente.

Era um Sábado à tarde e encontrava-me na minha terra. No dia seguinte teria caminhada na Nazaré.

Procurava dinheiro para ir à mercearia da terra juntamente com a minha irmã, uma amiga nossa de infância e mais alguém que não me recordo quem era. Sei que éramos quatro pessoas e, em vez de irmos pela estrada, fomos por detrás de minha casa. Mas nos sonhos os caminhos são mais longos, mais sinuosos, nada têm a ver com os caminhos que eu conheço de cor e que na realidade existem nessa zona.

Lá seguimos por trilho de terra batida. Nos sonhos eu fico sempre para trás, claro está, e tenho de me esforçar sempre para acompanhar os outros. A caminhada estava a ser dura e no dia seguinte havia de partir bem cedo para caminhada na Nazaré.

Havia subidas íngremes e descidas mais vertiginosas ainda. Todo o cuidado era pouco e eu não queria perder as minhas companheiras de vista.

Num terreno a subir, cheguei mais perto delas, tal como acontece na realidade. Se quero recuperar terreno, é nas subidas. Até nem subo mal.

Chegou uma altura em que eu e a minha irmã ficamos para trás. O terreno era mais acidentado e perigoso. As outras companheiras, como não tinham problemas visuais, foram seguindo sem dificuldades de maior. Eu tentava não as perder de vista.

Tinha de me agarrar firmemente a uma espécie de raízes e escalar por ali acima. Qualquer erro podia ser fatal. Eu gritava para as duas silhuetas que avistava já em terreno seguro. Como é que elas tinham subido?

Lá tentei dar o meu melhor. As minhas mãos pareciam tenazes tentando agarrar o que quer que fosse para subir para terra firme. Fui palmilhando terreno. Uma sensação boa me invadia. Estava a conseguir. Com a ajuda dos braços e das pernas, estava a progredir sem problemas.

Estava moralizada e já a tomar impulso para continuar a subir quando o despertador tocou e pude constatar que estava a sonhar.

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