Saturday, July 07, 2007

E lá vai mais um

Estava na paragem do autocarro para ir ao que restava da manhã de trabalho, depois de mais um atendimento, quando passou um carro funerário. “Lá vai mais um!” pensei eu, mas já um coro de vozes bem afinadas de pessoas que esperavam também o autocarro exclamava essa mesma expressão.

Que mania que nós temos em fazer humor negro com as desgraças que assolam a vida alheia! Mas porque é que somos assim? E a pensar que era só eu.

Afinal todas aquelas pessoas (já com idade para terem juízo) também pensavam o mesmo e acabaram mesmo por o dizer.

Se a dor fosse de um de nós, não aguentaríamos as bocas que os outros mandassem à passagem do carro fúnebre com os restos mortais do nosso ente querido que acabámos de perder.

Por acaso, a morte é uma das coisas más que acontecem e que inspira a mais eufemismos ou disfemismos. Dizemos de alguém que morreu que “bateu as botas”. Não sei a razão de se aplicar tal expressão. É uma das coisas que eu não entendo e me ultrapassa.

Já “partir para o outro mundo” é mais compreensível. A pessoa quando morre deixa-nos e parte do mundo dos vivos.

Há muitas mais expressões engraçadas para falar em morte, mas de momento não me consigo lembrar de mais nenhuma. “Lá vai mais um” foi mesmo daquilo que toda a gente se conseguiu lembrar quando o veículo que ninguém gosta de ver passar na rua passou por ali.

Nessa noite sonhei com várias coisas interessantes. Ia num comboio com alguns dos meus colegas de formação. Levava uma garrafa semelhante às do guaraná com uma bebida altamente doce e alcoólica. Ao mínimo gole dessa bebida, ficava profundamente embriagada. De maneira que, no regresso dessa viagem, todo aquele espaço era meu. Eu ocupava-o em visível estado etílico.

Mais tarde sonhei com outra situação que em nada se assemelhava a esta. O cenário era a minha terra. Corríamos pela estrada atrás do gato Mong. Perseguimos o gato preto dos infernos, até que fomos dar àquele local (palco de um outro sonho que tive anteriormente- aquele em que eu apunhalei uns assaltantes que me seguiam num veículo). Dizem que é para aí que o Mong vai por haver muitos outros gatos. Também dizem que o gato Slava andava nesse local.

A relva era de um verde brilhante e alegre. Havia lá imensos gatos de todas as cores e feitios. Eu nunca tinha visto gatos iguais a alguns que ali estavam. Eram espectaculares!

Havia também gatos pretos. Tive dificuldade em conhecer o Mong. Eram todos iguais. De entre as centenas de gatos, nem sinal de Slava. Não havia lá nenhum gato parecido com ele. Eu não parava de tirar fotos aos gatos. Estava feliz!

Levei um balde com água para a ACAPO com roupa interior de molho. A minha senhoria começou a dizer que não havia necessidade de levar um balde tão pesado com roupa para lá. Deveria levá-la assim como estava. De facto, o balde estava pesadíssimo e tive de o poisar duas vezes porque me ia a magoar. E o percurso não é muito longo.

Previa-se chuva para esse dia. De facto, o tempo estava bastante fusco da parte da manhã. Como mais adiante se verá, a chuva apareceu e fez mesmo alguns estragos.

Depois do habitual atendimento na ACAPO, regressei ao meu trabalho. Num dos centros comerciais estava uma carrinha a estorvar a passagem. Parece que carregavam ou descarregavam alguns electrodomésticos.

Quando estava na paragem à espera do autocarro, passou um avião e comentou-se o jeito que ele dava. É que o autocarro já se estava a atrasar. Vinha tão atrasado que nem parou em Tovim.

E ainda dizem que eu sou toupeira. Vinha uma senhora na rua e tropeçou nos meus pés. Íamos as duas parar ao chão.

Apesar da demora do autocarro, parece que não cheguei atrasada ao trabalho. A tarde seria quase perfeita. Apenas coloquei uma senha no lixo sem lhe dar a saída. Por acaso o meu colega teve pontaria para a tirar de lá. No cesto dos papéis havia outras senhas e ele acertou à primeira.

Começou a chover com força. Começava aí a mudança dos meus planos para o treino daquele dia!

O treino não pôde ser cronometrado e apenas consistiu em cinco voltas à pista e ginástica. Muitas tropelias aconteceram naquela tarde no Estádio.

À vinda para casa chovia imenso. Um carro barrava-me a passagem. Tentei passar por entre dois veículos e a coisa correu mal. Acabei por me sujar com os pneus de um deles que estavam molhados.

A noite não convidava a andar na rua. Melhor era enfiar-me na cama e dormir. A noite prometia. O texto que se segue é daqueles que vale a pena ler.

Situação do dia:
Aquele treino foi demais! Cheguei ao Estádio e disseram-me logo que não havia luz no balneário. De facto assim era. Teimosa como eu sou, tentei a todo o custo acender as luzes. Se tivesse de me equipar às escuras, também me equipava. Mas aquelas luzes tinham de acender de qualquer maneira. Nem queiram saber o trabalho que eu tive. Mas valeu a pena! Ao fim de alguns minutos fez-se luz. Dei-lhe um jeito. Mas as tropelias não iriam ficar por aqui: ao mudar o caixote do lixo de lugar, acabei por o desmanchar todo. Já o outro dia fiz algo de parecido com um lá na Piscina.

Bacorada do dia:
“Nunca vi orquírias tão lindas!” (Nem eu!)

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