Sunday, October 19, 2025

“A Vida De Quem Não Vê” (impressões pessoais)

 

Comemorou-se esta semana o dia Da Bengala Branca, festejado por toda a comunidade deficiente visual em todo o Mundo. Nesta data alerta-se para os desafios que as pessoas cegas e com baixa visão enfrentam a todos os níveis.

 

Nada melhor do que ler este livro da autoria de José  Spinola Veiga.

 

Partindo da sua própria experiência, ele vai desmistificando o mundo dos que nasceram ou perderam a visão mais tarde. Ao longo desta obra vão surgindo situações curiosas que só quem não vê experiencia.

 

Este livro foi escrito na primeira metade do século vinte mas há coisas que não mudam, um pouco devido aos preconceitos e ao  desconhecimento da sociedade das nossas reais capacidades. A comunidade não  deficiente visual por vezes não sabe lidar  connosco e por vezes surgem situações muito injustas que ainda nos dias de hoje persistem.

 

O que mudou talvez tenha sido o recurso á tecnologia que nos veio facilitar algumas tarefas que no tempo deste senhor eram praticamente impossíveis de concretizar. Também já vi maior autonomia das pessoas cegas do que hoje. Isso daria aqui uma longa reflexão que eu julgo que já aqui tive.

 

Cada cego ou pessoa com baixa visão tem as suas histórias para contar. Cada um de nós teria outros tantos livros para escrever sobre as peripécias que acontecem através da interação entre nós e as pessoas sem deficiência visual que por vezes nos deixam constrangidos por  pura  ignorância e ficam elas  próprias constrangidas porque se apercebem como reagimos. Uma  situação muito genérica é eu fazer na rua um percurso que faço todos os dias e chegar uma pessoa junta a mim e simplesmente me agarrar o braço com força. Nem  pergunta antes se quero ajuda. Depois há quem, no mesmo sítio até pergunte  se eu quero ajuda e, ao dizer que não, que aquele ´´e o meu caminho habitual, a pessoa fica toda ofendida. Se estivessem no meu lugar, o que fariam? Já tenho trazido aqui histórias que não ficam nada atrás das deste livro.

 

Aconselho sobretudo quem nunca contactou com pessoas deficientes visuais que leia este livro.

 

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