Chega-nos do outro lado da fronteira esta história baseada em factos reais.
Fernando Aramburu traz-nos aqui uma história comovente, ficcionando um caso real de tragédias que abalaram a vida dos protagonistas. A perda está aqui sempre presente. O luto e as diferentes formas de o vivenciar marcam presença nesta narrativa estruturalmente bem montada e capaz de cativar o leitor do princípio ao fim.
Mãe, pai e sobretudo avô reagem de forma diferente á perda trágica e repentina de um menino de seis anos, vítima de uma explosão de gás numa escola. O avô, talvez por carregar o peso da culpa de ter entregue a criança na escola para a morte, é aquele que entra em negação, recusando-se a crer que o neto partiu. Até ao fim da vida, o senhor visita o neto no cemitério, fala com ele, leva as coisas dele para sua casa, imagina passeios com ele…
A mãe tem por vezes comportamentos inadequados e segue em frente com a vida. O pai, esse, entra em depressão, até porque é o responsável por não haver outra criança na família. Não se chega a saber se a sua morte foi acidental ou suicídio.
Três pessoas, a perda da mesma criança, três reações diferentes e muito válidas no que ao luto diz respeito. Daqui se vê que as pessoas não são todas iguais. Não é que umas sofram mais do que outras. Apenas são diferentes.
Em vez de julgar, há que respeitar a dor de cada um quando uma morte inesperada acontece, sobretudo a morte de uma criança com toda uma vida pela frente. Uma morte não natural, um acidente.
Um livro que nos leva a refletir.
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