Wednesday, September 23, 2015

Não ter protegido a Feijoa



Sonhei que havia muita gente em minha casa mas eu não estava com vontade de me juntar. Não me estava a agradar nada aquela multidão lá em casa numa noite de Sábado. A minha paciência para barulho era muito limitada.

As pessoas, familiares meus e puros desconhecidos, juntaram-se mais para a zona do terraço ou do pátio, enquanto que eu permaneci no meu quarto como se nada fosse. Aquilo não era mesmo nada comigo e não seria se dependesse da minha participação.

As pessoas foram embora já de madrugada. O ambiente em casa tornou-se pesado e lúgubre. Cochichava-se muito e pouco se dizia às claras. Eu nem quis saber do que falavam.

Ao entardecer do dia seguinte, a minha vizinha continuava a cochichar com a minha mãe. Falava em carros que vinham de baixo ou de cima e que mataram uma gata. Então eu coloquei-me alerta.

Perguntei á minha mãe o que se tinha passado e ela deu-me a triste notícia da morte da Feijoa. Ao que parece, foi um carro a recuar para trás que a matou, não um que passava casualmente na estrada. Estava explicado por que razão eu não queria tanta gente ali em casa. Estava a adivinhar.

Fiquei bastante triste, especialmente porque me sentia culpada de não a ter trazido para dentro. Mesmo depois de acordar e constatar que tudo não passou de um sonho, ainda me sentia angustiada e com a sensação de que algo tinha acontecido ou que ainda ia acontecer.

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