Thursday, January 31, 2008

Toupeira na Loja do Cidadão

Para tratar de algumas questões burocráticas já se sabia que, assim que saísse do trabalho, tinha de ir à Loja do Cidadão. O problema é que eu não sabia onde era tal coisa. Fazia uma ideia mas não sabia propriamente onde era.

Ia dar tourada! Ainda por cima estava a anoitecer. Tinha de apanhar o 29. A sorte é que os autocarros dizem as paragens e há uma que se chama Loja do Cidadão. Aliás, ouvi dizer que o autocarro até pára dos dois lados. E saber em qual dos dois é mais perto? Isto não vai correr bem!

E lá tentei a minha sorte saindo numa das paragens antes que anoitecesse ainda mais. Já não se via a ponta de um chavo e eu vagueava ali pelas imediações, como eu costumo fazer sempre que não sei exactamente onde é alguma coisa.

Entrei em estabelecimentos comerciais, atravessei passadeiras, olhei atentamente para edifícios...e já se fazia tardíssimo. Ainda por cima, ia jogar o Benfica!

Não tive outro remédio senão perguntar a umas senhoras que ali passavam. Elas levaram-me gentilmente à entrada da Loja do Cidadão. Veio um funcionário com uma roupa grená ajudar-me. Como há muitos serviços naquele local, aquilo é um labirinto autêntico de escadas, corredores e portas.

Depois de dizer o que pretendia, o funcionário acompanhou-me até lá acima. Havia muitos balcões com administrativas e computadores. Havia um problema qualquer com os servidores ou com a Internet e não era de todo possível tratar daquele assunto. Fiquei passada! Será que depois de tanto sacrifício tenha de voltar para casa de mãos a abanar? Que bom! E a complicação que voltava a ser se eu tivesse de voltar noutra altura? Só a mim!

O sistema parece ter ouvido os meus lamentos e parece ter-se emocionado. Rapidamente começou a funcionar e pude resolver o meu problema.

Eram sete da tarde quando eu me deslocava a pé para o Palácio da Justiça. Tinha de apanhar um autocarro rapidamente para casa. Havia jogo e era do Benfica.

Enquanto não vinha o tão almejado autocarro, ia passando o tempo a olhar para o painel electrónico que anuncia os autocarros. Nunca tinha reparado nele antes! De noite era possível ler o que lá estava.

Vinham todos os autocarros, menos os que eu queria. É incrível! Sempre a mesma coisa! E já se fazia tarde.

E finalmente veio um autocarro que me levasse a casa. Estava vazio. Aquela hora já não era própria para se andar na rua.

Quando cheguei a casa nem quis acreditar. Tinha chegado ao fim aquela aventura que agitou aquele final de tarde do Dia dos Namorados. O jogo estava a começar.

Foi uma noite muito agitada com barulho exterior. Os gatos faziam imenso barulho e a chuva forte acabou por me atrapalhar quando dormia bem sossegada. Apesar de ter chovido imenso, o tempo estava quente. O Sol alternou com as nuvens mas não choveu.

Ainda meio ensonada, tive de acordar à pressão com o barulho que uma bacia que me caiu das mãos fez ao embater no chão.

Não fui para o estágio porque me demorei na ACAPO. Foi contratado um novo animador e eu fiquei de o ajudar com algumas ideias para dinamizar um espaço que nada oferece aos jovens especialmente. O pessoal nada faz ali de útil e isso tem de acabar.

Muito andei eu de autocarro naquela manhã. Sabia bem passear!

Na Piscina a afluência esteve boa. A isso não foi alheio o facto de a temperatura ter subido. Ainda bem que há dias em que o trabalho aperta. Eu adoro ter trabalho reforçado!

O Benfica venceu o Dínamo de Bucareste por 1-0. Miccoli que havia entrado na segunda parte acabou por ser decisivo uma vez mais num jogo marcado por uma excelente exibição do guarda-redes Bogdan Lobont. O romeno travou um duelo intenso com Nuno Gomes desde o início do jogo, opôs-se com mestria às sempre complicadas e quase indefensáveis ameixas de Petit e foi irrepreensível a defender os indefensáveis remates de Simão. Mais um a juntar ao extenso rol de guarda-redes que se armam contra o Benfica!

Por outro lado, o nosso amigo Zé Kalanga entrou e foi substituído pouco tempo depois. Ainda bem que o angolano esteve desastrado senão anteviam-se momentos muito complicados para o Glorioso.

E assim se passou o Dia dos Namorados que para mim é um dia como os outros. Estava de consciência tranquila, pois acabei por resolver o meu problema burocrático.

Situação do dia:
No intervalo do jogo fui comer uma sopa que a minha senhoria tinha aquecido. Tinha uma saca de pão que comprei no Pingo Doce e levei duas ou três fatias para acompanhar a sopa. Qual não é o meu espanto quando mandei uma trinca no pão e constatei que o pão era doce. Fiquei passada!

Bacorada do dia:
“Blay pode ser considerado um jogador com rins demasiado lentos.” (Há jornalistas tão meticulosos que estudam os jogadores até ao mais ínfimo pormenor. Chegam mesmo ao ponto de ir ver a ficha médica deles.)

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