Ao ler este livro, imediatamente me lembrei que António Lobo Antunes escreveu um muito parecido.
Um doente terminal está confinado a uma cama de hospital onde a dor e o sofrimento fazem parte dos seus dias. Ele vai assistindo (ou imaginando, não sei bem) ao desenrolar da vida e da morte á sua frente. Simbolicamente, as maçãs estão presentes na sua vida. Sempre estiveram. Á medida que uma maçã desaparece de junto de si, uma pessoa é curada milagrosamente.
Enquanto outros morrem e não queriam morrer, ele vai vivendo penosamente á base de drogas que lhe aliviam a dor e confundem ainda mais a sua mente que se encontra presa num corpo que vai perdendo as suas capacidades mais básicas.
Até que chega ao limiar da Morte e se encontra num pomar de macieiras, travando diálogos e lutas interiores com vários dos seus eus.
Este pequeno livro leva-nos a refletir sobre a utilidade de os profissionais de Saúde prolongarem artificialmente a vida a quem tem doenças terminais que podem causar grande sofrimento físico e mental.
Eu costumo dizer que não tenho medo da morte, tenho medo do sofrimento que possa vir a anteceder devido a uma doença que pode ser bastante prolongada. Vi familiares meus definhar diante dos meus olhos, cada vez com máscaras mais sofríveis, moldadas pela dor.
Um livro ao qual dou nota bastante positiva da autoria de um autor brasileiro que por acaso vem da escrita de terror- Israel De Sá.
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