Thursday, April 13, 2023

“Medo Clássico” (impressões pessoais)

 

H.P.Lovecraft é um dos mestres do terror que influenciaram outros escritores. Muitas das manifestações criativas da atualidade têm a influência deste escritor norte-americano que ficou mais famoso após a sua morte, depois de serem divulgados muitos dos seus manuscritos e, sobretudo das suas cartas. Ele escreveu milhares delas, muitas brindando os seus amigos com contos.

 

Esta obra está repartida por dois volumes mas existem contos repetidos em ambos os volumes, o que é muito estranho.

 

Lovecraft é  especialista em induzir o chamado medo espiritual. Ele cria cenários onde são palpáveis a pequenez e a fragilidade do Ser Humano perante o que o rodeia. Muitas das situações e até dos personagens estão presentes em vários contos onde o autor não se faz rogado em mostrar as  influências literárias que levaram á criação de monstros e cenários arrebatadores. São cenários que nos levam a viajar diretamente para lá e a puxar pela imaginação. Lovecraft era sem dúvida alguém com muita imaginação, levando alguns dos críticos da sua obra mesmo a afirmar que ele era um mau escritor e que a sua obra valia pela riqueza imaginativa. De facto, nos contos mais longos, ele perde-se um pouco.

 

Tem uma característica bastante curiosa que, na minha opinião, é uma espécie de assinatura. Quando se pensa que a história vai acabar, ele dá-lhe seguimento e quando ele diz que a situação é horrível de mais para ser narrada, então ele começa a dar-lhe voltas, prendendo o leitor. Muitas vezes acabei por ficar desiludida porque a cena não seria tão horrível assim para os meus padrões mas estávamos ainda no início do século vinte.

 

A Ciência e a descoberta do Espaço são amplamente explorados nas obras de Lovecraft.

 

Ele inspirou-se também nos seus próprios sonhos e pesadelos para escrever alguns dos seus contos, tendo como protagonista um personagem específico que é, digamos assim, um alter-ego de Lovecraft.

 

Resumindo. Este autor tem contos muito bons e contos que roçam a mediocridade, pelo facto de ele se perder muito na descrição de cenários e na redundância.

 

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