Tuesday, September 30, 2014

“Miraculosa Rainha Dos Céus” – Isabel Silvestre (Música Com Memórias)



Ontem passou esta música na rádio cantada pela Isabel Silvestre e eu comecei-me a rir, não que esta música tenha piada, mas porque me lembrei de uns acontecimentos passados há muitos anos atrás na Procissão das Velas da minha terra.

Tinha ai os meus sete ou oito anos e obrigavam-me a ir à missa ou a outros eventos religiosos. Nunca gostei que me obrigassem a nada mas naquele tempo era assim.

Na missa, raramente estava atenta ao que se dizia e a minha mente vagueava. Então podia-me lembrar de coisas que provavelmente me faziam rir. A minha mãe é que não achava piada. Bem, houve uma ocasião em que me ri a bom rir na missa porque o padre pegou no cálice e disse:
-“…e dando graças o partiu…”

Se dentro da capela se ouvia perfeitamente que eu me estava a rir, o mesmo não aconteceu uma vez durante a Procissão Das Velas. Estou a escrever este texto e estou-me a rir ainda, tal como ontem me ri ao recordar isto. É por isso que trago este tema.

Tinha de haver sempre alguma coisa fora do normal quando eu participava na Procissão das Velas. Ia contra vontade, como já referi, até porque tinham sempre a infeliz pontaria de marcar a procissão para a noite do Festival Eurovisão que é algo que ainda hoje não dispenso por nada. Eu até acho que este episodia se deu numa noite dessas em que eu participei na procissão muito a contragosto.

Bem, já estou aqui com muitos rodeios e os meus leitores estão curiosos por conhecer as minhas aventuras de vela em punho a percorrer as ruas da minha aldeia.

Houve um ano em que eu, pura e simplesmente. deixei cair a vela no chão e nunca mais a vi, até que um miúdo a achou mas ainda não é aí que eu quero chegar. Entretanto a curiosidade aumenta.

No outro ano, fui para a procissão para me vingar, embora nada tenha feito voluntariamente para que os factos que aqui passo a relatar ocorressem.

Seguia toda a gente na procissão com as velas acesas. Cantava-se esta canção que aqui trago na voz de Isabel Silvestre. Tudo bem. A certa altura, todos pararam ou começaram a andar mais devagar do que eu…(vocês nem imaginam como eu me estou a rir neste momento enquanto recordo e escrevo isto). Continuando, as pessoas pararam e eu continuei. Isso teve de dar mau resultado, pois enterrei a vela acesa nas cotas de alguém que seguia à minha frente…(estou-me a rir porque me recordo disto como se tivesse sido há poucos dias, inclusive do cheiro a queimado). Provavelmente o casaco dessa pessoa que não reconheci ficou com um pequeno buraco.

A vela apagou-se e no ar ficou um cheiro a queimado que recordo com bastante nitidez…(é por isso que me rio tanto). Tive de voltar a pedir que me voltassem a acender a vela.

E entretanto continuava-se a cantar este tema religioso a Nossa Senhora. Eu já não cantava, ria-me. Mais tarde, ri-me com a minha irmã ao recordar este episódio. Como se isso não bastasse, não cantava esta música com a letra original. Em vez de “Miraculosa” cantava “Vira-te ó Rosa”. O resultado é que ainda me ria mais.

Outros tempos mas que ainda hoje estão bem presentes na minha memória.

P.S: Novo ataque de riso enquanto faço a correcção.

1 comment:

F Silva said...

Não tinhas fumado nada? Com tanta vontade de rir...