Wednesday, September 03, 2014

Aperto de mão


Depois de muitas horas seguidas a dormir, acordei às cinco e vinte e dois da madrugada. Faltava cerca de uma hora para o despertador tocar e o nariz pingava-me (às vezes acontece). Nessa altura, ainda não havia sonhos dignos de registo mas, em escassa uma hora que retomei ao mundo dos sonhos, aconteceu o episódio onírico que aqui passo a narrar.

Passeava por uma rua numa zona de espaços abertos. Não estava sozinha. A certa altura, parada de pé no passeio, estava uma criatura que envergava roupa velha. Tinha a mão estendida e eu fiquei para trás para a cumprimentar.

Quando lhe apertei a mão, senti-a fria e desprovida de vida. Com um pequeno toque meu, a criatura foi parar ribanceira abaixo. Eu segui e depressa apanhei quem seguia comigo na rua. Os meus colegas perguntaram-me se aquilo era um morto. Eu parei ainda a pensar se seria um morto ou um daqueles espantalhos que se usam no campo para guardar as culturas. Sinceramente, mais parecia uma criatura daquelas que vestem nos museus com trajes folclóricos ou militares. Tinha dúvidas. Certeza tinha eu em como ela tinha ido parar lá em baixo, com a sua rigidez e falta de qualquer sinal vital.

Tive de parar e pensar em algo diferente. Havia obras a decorrer na rua. Grandes buracos estavam abertos no meio da rua e eu não sabia por onde passar.

Não tive de me preocupar muito. O despertador tocou.

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