Thursday, December 08, 2022

“Escuridão visível” (impressões pessoais)

 

Não é fácil escrever sobre a depressão. Por mais adjetivos que se  empreguem em qualquer narrativa são poucos para descrever o sentimento de vazio, de angústia e de catástrofe iminente.

 

O escritor William Styron tentou descrever  à sua maneira o que se estava a passar no seu corpo e, especialmente na sua mente.

 

A depressão e a ansiedade que está muitas vezes a ela associada são doenças difíceis de compreender quer por parte dos doentes, quer por parte de quem os rodeia.  Sofrendo também eu destes problemas, identifiquei-me bastante com algumas das  situações que ele colocou por escrito neste pequeno diário da depressão, chamemos-lhe assim.

 

Ele fala do final da tarde. Sobretudo no inverno, quando o Sol baixa, surge uma   certa melancolia e uma angústia sem explicação aparente.

 

Outro facto que é aqui relatado pelo autor tem a ver com a coincidência ou talvez não de muitos dos que sofrem da depressão virem do mundo das artes.

 

Talvez isso se deva a uma predisposição do cérebro para se alhear da realidade, na minha ótica. Também se dá o caso de as pessoas deprimidas muitas vezes usarem a escrita ou outras formas de arte para se comunicarem com o exterior, já que as pessoas que não  padecem destas condições mentais muitas vezes não as conseguem compreender.

 

Muitos desses artistas, poetas e escritores puseram termo á própria vida. Muitos  pensaram no suicídio e outros tentaram sem sucesso. O  próprio autor deste livro planeou o suicídio e optou por pedir ajuda, apesar de ainda ser a doença mental um tabu para a sociedade, algo que não devia acontecer. A depressão pode ser uma doença tão fatal como um cancro ou mesmo diabetes. Provoca dores indescritíveis e também pode levar á morte.

 

Um testemunho válido de quem viveu a depressão por dentro.

 

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