Não é fácil escrever sobre a depressão. Por mais adjetivos que se empreguem em qualquer narrativa são poucos para descrever o sentimento de vazio, de angústia e de catástrofe iminente.
O escritor William Styron tentou descrever à sua maneira o que se estava a passar no seu corpo e, especialmente na sua mente.
A depressão e a ansiedade que está muitas vezes a ela associada são doenças difíceis de compreender quer por parte dos doentes, quer por parte de quem os rodeia. Sofrendo também eu destes problemas, identifiquei-me bastante com algumas das situações que ele colocou por escrito neste pequeno diário da depressão, chamemos-lhe assim.
Ele fala do final da tarde. Sobretudo no inverno, quando o Sol baixa, surge uma certa melancolia e uma angústia sem explicação aparente.
Outro facto que é aqui relatado pelo autor tem a ver com a coincidência ou talvez não de muitos dos que sofrem da depressão virem do mundo das artes.
Talvez isso se deva a uma predisposição do cérebro para se alhear da realidade, na minha ótica. Também se dá o caso de as pessoas deprimidas muitas vezes usarem a escrita ou outras formas de arte para se comunicarem com o exterior, já que as pessoas que não padecem destas condições mentais muitas vezes não as conseguem compreender.
Muitos desses artistas, poetas e escritores puseram termo á própria vida. Muitos pensaram no suicídio e outros tentaram sem sucesso. O próprio autor deste livro planeou o suicídio e optou por pedir ajuda, apesar de ainda ser a doença mental um tabu para a sociedade, algo que não devia acontecer. A depressão pode ser uma doença tão fatal como um cancro ou mesmo diabetes. Provoca dores indescritíveis e também pode levar á morte.
Um testemunho válido de quem viveu a depressão por dentro.
No comments:
Post a Comment