Foi com indignação e alguma revolta que, ao ler as notícias
na aplicação do jornal record, como sempre faço, constatei que uma entrevista
ao presidente do Comité Paralímpico de Portugal, José Manuel Lourenço, estava disponível
apenas e só para assinantes do jornal.
Não sendo assinante, apenas tive acesso ao título onde se
lia que o problema do Desporto Adaptado era o recrutamento. Ora bem, essa
questão de recrutar atletas e técnicos para o Desporto Adaptado ficaria mais
fácil sem restrições da Comunicação Social. Os nossos média já dão pouco valor
ou quase nenhum aos atletas portadores de deficiência, apenas se lembrando
deles quando trazem a bagagem cheia de medalhas nos Jogos Paralímpicos de
quatro em quatro anos. Há a oportunidade de fazer uma grande entrevista ao
presidente do organismo máximo do desporto Adaptado em Portugal- organismo que
surgiu há muito poucos anos e, para ele surgir, houve a luta de muita gente. O
que fez este jornal? Restringiu o acesso a esta entrevista a quem tem
assinatura, deixando de fora muitos dos potenciais interessados neste tipo de
informação que, repito, não surge todos os dias.
A área da deficiência visual é uma das que mais se debate
com a falta de atletas. As pessoas cegas e com baixa visão não conseguem ler o
jornal físico, recorrendo ao computador ou ao telemóvel para ter acesso à
informação com os leitores de ecrã. Os senhores do Record não pensaram nisso.
Tomara a muita gente portadora de deficiência neste país ter dinheiro para as
despesas básicas, quanto mais para assinar jornais e revistas.
Sou da opinião de que os jornais e revistas vivam de algumas
receitas mas há informação mais exclusiva, como estatísticas, entrevistas ou
outro tipo de curiosidades que possam ser exclusivas para assinantes. O
Desporto Adaptado não pode ser inserido nesta categoria.
Divulgar o Desporto Adaptado é serviço público. Jamais deve
ser restringida essa divulgação a quem tem dinheiro para pagar assinatura no
jornal.
No comments:
Post a Comment