Tuesday, August 13, 2024

“O Demónio na cidade Branca” (impressões pessoais)

 

Eu julgava que isto era um livro de  ficção mas, infelizmente, tudo isto aconteceu.

 

Trata-se de um exaustivo trabalho de investigação de Erik  Larson sobre uma história que só há poucos anos foi tornada conhecida.

 

Chicago recebeu a feira mundial, tal como nós, portugueses, recebemos mais de um século depois a Expo 98. Ao longo desta obra é contada a história deste monstruoso  certame mas também o que se movia nas sombras bem ao lado. Presume-se que centenas de pessoas tenham desaparecido durante o tempo que durou a feira. Responsável? Um mostro chamado H. H. Holmes.

 

Holmes era jovem, bem parecido, agradável, sociável,  simpático…Era fácil atrair as pessoas. Hoje sabe-se que era um psicopata do mais sádico que há. Presume-se que tenha sido dos mais sanguinários que o Mundo alguma vez teve a pouca  sorte de presenciar.

 

Para além de assassino sem escrúpulos, Holmes também era  hábil na fraude, na trapaça e na batotice. Muitas vezes aliava uma coisa à outra, pois terá feito  desaparecer  gente que o incomodava por causa dos seus golpes económicos.

 

Não era aquele assassino aleatório. Ele escolhia as suas vítimas. Escolhia mulheres com um contexto familiar fragilizado, de  preferência, de longe, sem namorado e com uma herança deixada por um tio distante ou qualquer outro familiar. Também escolhia aleatoriamente entre os milhares de visitantes da feira. Um criminoso dos mais completos que há. Mata homens, mulheres, crianças…gente que conhece, gente que não conhece…Gente que ele investiga e atrai para depois roubar a fortuna…

 

Depois vendia os corpos para as faculdades de Medicina e ainda ganhava dinheiro com eles.  O que dizer desta criatura?

 

Muitos anos andou ele sem ser descoberto. As famílias de vítimas desconfiavam dele mas não havia provas. Os corpos não eram encontrados. Ele dava-lhes sumiço ou cortava-os de tal maneira que não conseguiriam ser identificados naquela época. Hoje já não seria bem assim.

 

Curiosamente este monstro é preso á conta das fraudes económicas e as autoridades tropeçaram nos assassínios em série por mero acaso. Já na cadeia, Holmes escreve as suas memórias. Afirma ter morto mais de trinta pessoas mas muitas das que ele afirma ter matado ainda estavam vivas. Há  prova em pelo menos nove das vítimas. Estima-se que ele seja responsável sem provas do desaparecimento de mais de duas centenas de pessoas durante toda a confusão da feira. A confirmar-se, este terá sido um dos mais terríveis serial killers que o Mundo alguma vez conheceu.

 

Holmes acabou por ser condenado á forca, o que para alguém do calibre dele é pouco. Deveria morrer de forma ainda mais dolorosa, atendendo ás atrocidades que cometeu, não hesitando também em matar crianças.

 

Habituada a ler livros policiais e thrillers, sempre fico impressionada quando estas histórias são reais. Nos livros de ficção ainda há lugar para a imaginação. Estes ultrapassam mesmo tudo o que se imagina por vezes em termos de criminosos sanguinários.

 

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