Wednesday, January 09, 2019

O beijo que recusei dar

Tempos houve, amplamente relatados nos posts iniciais deste blog, em que tudo o que aparecia mal feito naquela ACAPO era culpa minha. Depois o tempo veio-me dar razão. Esses tempos conturbados já passaram mas ainda volto a eles em sonhos. Acontece qualquer coisa e saio sempre malvista de situações inusitadas, das quais não tenho outra opção a não ser tomar a atitude que tomei. Depois acordo e tudo fica bem.

Estava na minha hora de almoço e resolvi vir para cima, para a ACAPO, ver como corria um evento multidisciplinar. Eu só ia participar num evento de Goalball.

Sentei-me a uma mesa no bar com alguns dos meus amigos mas nada fazia prever que um deles me agarrasse e me tentasse beijar na boca. Imediatamente o afastei. Posso ter sido um pouco brusca, não o nego, mas fui apanhada de surpresa e não queria nada mais com ele para além da amizade. O que é certo é que ele ficou destroçado e eu fiquei sem saber o que fazer. Magoei-o mas nada podia dar para além da amizade. O que podia eu fazer?

Ao verem o estado desolado dele, logo vieram cair-me em cima quantas pessoas lá estavam. Para não variar, não sei de onde saiu, veio a minha irmã armada em moralista para me enterrar. Com ela vieram outras pessoas.

Eu já não estava ali a fazer nada. Corri para a rua alegando que já era tarde. Nem me despedi de ninguém. Olhei para o Céu e fiquei ainda mais aborrecida. Estava a escurecer e eu tinha de estar às duas horas a picar o ponto. A julgar pela escuridão que se fazia sentir, já deviam ser aí umas cinco da tarde.

Que vida a minha!

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